Abstract:
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"A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e contra o que foi anuncia o que será". (Eduardo Galeano, As Veias Abertas da Amércia Latina, São Paulo, Ed. Paz e Terra, 1989). Essa pequena citação contida num grande livro, sintetiza o sentimento e a esperança que comanda a vida das famílias que "escolheram" os mangues de Joinville para sobreviverem. Esse trabalho é um pequeno esforço, e ao mesmo tempo uma homenagem, no sentido de descrever e compreender a luta dos "sem-terra" urbanos, que buscam melhorar suas condições de vida através da conquista e da posse de um terreno urbano. Os agentes envolvidos como: os proprietários fundiários, os promotores imobiliários, o Estado e os proprietários industriais, são os personagens que disputam o espaço urbano, em particular os mangues, com a classe trabalhadora mais pobre. O processo social de ocupação das áreas de mangues de Joinville, é visto como parte integrante e necessária para a sustentação do sistema dominante e indissociável da questão urbana como um todo. Esse processo contínuo de ocupação irregular, tem como conseqüência, proporcionando uma forma particular de segregação residencial, com o confinamento das classes sociais de mais baixa renda nessas áreas de mangues. E, através de investimentos maciços o Estado contribui para que haja um processo lento e contínuo de renovação urbana. |