Protocolo de identificação de barreiras e facilitadores da permanência de estudantes internacionais no ensino superior brasileiro

Abstract

A internacionalização do ensino superior é um fenômeno crescente ao redor do mundo, impulsionado pela globalização e pelos avanços teórico-metodológicos da multiculturalidade, assim como das tecnologias de ensino. Com o avanço dos processos de internacionalização, aumentaram também o número de estudantes internacionais nas universidades federais brasileiras. No entanto, as condições e estruturas educacionais ofertadas a estudantes internacionais no Brasil são frequentemente insuficientes para suas necessidades, afetando sua garantia de permanência e seu sucesso acadêmico. Além disso, estudantes de origens e recursos diversos sofrem com barreiras burocráticas e discriminação, além da falta de facilitadores importantes, como redes de suporte pessoal e apoio pedagógico. Com fins de mapear os fatores relevantes e obter dados para o delineamento de políticas públicas nas universidades federais brasileiras, foi desenvolvido o instrumento psicométrico denominado “Protocolo de Identificação Barreiras e Facilitadores de Permanência de Estudantes Internacionais (PIPEI)”. O estudo metodológico misto envolveu etapas qualitativas e quantitativas para a construção e validação de um protocolo institucional voltado à identificação de barreiras e facilitadores da integração de estudantes internacionais em universidades brasileiras. Ele incluiu três etapas: (I) fundamentação teórica e elaboração dos itens com base em revisão da literatura, assim como entrevistas semiestruturadas com estudantes internacionais; (II) validação de conteúdo por meio de análise de docentes e especialistas e análise semântica com amostra de estudantes; (III) validação psicométrica com amostra expandida. O instrumento final apresentou 30 itens distribuídos em cinco domínios: motivos para estudar no país; suporte social e familiar; experiência acadêmica; apoio institucional; e relações étnico-raciais e território. Ele foi distribuído para levantamento de dados em universidades federais brasileiras, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob número 80166124.5.0000.0121. Os resultados preliminares apresentaram 175 respostas de alunos da rede federal.