Por um filosofar a espacialidade e a formação humana: uma leitura fenomenológico-hermenêutica do espaço em Martin Heidegger na filosofia da educação

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Por um filosofar a espacialidade e a formação humana: uma leitura fenomenológico-hermenêutica do espaço em Martin Heidegger na filosofia da educação

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Title: Por um filosofar a espacialidade e a formação humana: uma leitura fenomenológico-hermenêutica do espaço em Martin Heidegger na filosofia da educação
Author: Viana, Daniela Cristina
Abstract: Esta tese trata de uma leitura fenomenológico-hermenêutica do espaço para, somente assim, dizer de um possível filosofar a espacialidade. De pronto, questiono por uma ontologia do espaço e tal questionamento se descerra, principalmente, em Martin Heidegger, haja vista que o enigma do espaço perpassa toda a sua produção acadêmica. Frente a isso, procurei fazer com que a sua metodologia Fenomenológica Hermenêutica ressoasse ao campo da pesquisa, à Filosofia da Educação e à Formação Humana. Não distante, no presente trabalho me detive ao estudo dos textos heideggerianos que se debruçaram diretamente às questões do espaço e da espacialidade, a saber: Ser e tempo (1927), A arte e o espaço (1969), A origem da obra de arte (1950), Seminários de Zollikon (1959/1969), Observações sobre arte ? escultura ? espaço (1964) e, transversalmente, a alguns textos que compõe a obra Ensaios e conferências (década de 1950) como: Logos (Heráclito, fragmento 50) (conferência de 1951), A coisa (conferência de 1950), Construir, habitar, pensar (conferência de 1951) e A questão da técnica (conferência de 1953). Além destes textos, esta tese não só dialogou com a Arte, a fim de compor uma dimensão estética da espacialidade necessária à formação humana, mas a elege como meio necessário de abertura para deixar falar o espaço e a espacialidade ao ser-aí. Para dizer desta composição, destaco algumas colagens de Eduardo Chillida, criadas especialmente para a obra A arte e o espaço (1969), algumas obras de Vincent van Gogh como O par de sapatos (1886) e os Doze girassóis numa jarra (1888) e ainda, a pintura Las meninas (1656) de Diego Velázquez e a pintura Palacio real (2009) de José Manuel Ballester. Observa-se que o espaço enquanto espaço só pode se deixar ?mostrar-se? por meio de uma fenomenologia do espaço. O espaço, nesse âmbito, vige na instauração do livre. Por sua vez, o livre fala ao vazio e ao esvaziar-se como a abertura própria do possível. Não distante, a espacialidade compreende uma dança atravessada pelo processo de produção de singularidades, pelo ser, isto é, como dança-jogo a cada qual, onde o ser-aí existindo, cria o espaço com o seu movimento. Esburaca o espaço, alarga-o e o restringe, direciona-o, oculta-o e o clareia. Cria o espaço no arrumar dos espaços. No espacializar do-mundo, o mundo levanta mundo. Sendo assim, um filosofar a espacialidade, proposto por esta tese, está pautado nos seguintes termos: ser-jarra, ser-terra-fértil e deixar-ser. O ?que? respectivo a cada um desses termos e o ?como? os termos se mostram conjuntados à Filosofia da Educação e à Formação Humana, é o que compreende subsidiariamente um filosofar a espacialidade. Enquanto tese principal, em suma, um filosofar a espacialidade levanta a possibilidade do espaçar como livre doação de lugares e sentidos, capaz de, com Arte, abrir na confiabilidade do mundo uma disposição para ser em ruinância, no sentido de um despertar contrarruinante. Um filosofar a espacialidade que habita o extraordinário (des)velado no ordinário. Um filosofar a espacialidade da essência da técnica. Um filosofar poetante, imaginante. Mas, sobretudo, um filosofar a espacialidade que diz de um espaçar humanamente formativo e que irrompe lugares como possibilidade de possibilidades.Abstract: This thesis deals with a phenomenological-hermeneutic reading of space in order to, only in this way, speak of a possible philosophizing of spatiality. Immediately, I question an ontology of space and this questioning is revealed, mainly, in Martin Heidegger, given that the enigma of space permeates all of his academic production. Faced with this, I sought to make his Phenomenological Hermeneutic methodology resonate with the field of research, Philosophy of Education and Human Formation. Not far away, in this work I focused on the study of Heidegger's texts that directly addressed the issues of space and spatiality, namely: Being and Time (1927), Art and Space (1969), The Origin of the Work of Art (1950), Zollikon Seminars (1959/1969), Observations on Art ? Sculpture ? Space (1964) and, transversally, to some texts that make up the work Essays and Conferences (1950s), such as: Logos (Heraclitus, fragment 50) (1951 conference), The Thing (1950 conference), Build, inhabit, think (1951 conference) and The question of technique (1953 conference). In addition to these texts, this thesis not only dialogued with Art, in order to compose an aesthetic dimension of spatiality necessary for human formation, but also chose it as a necessary means of opening up to let space and spatiality speak to being-there. To talk about this composition, I highlight some collages by Eduardo Chillida, created especially for the work Art and Space (1969), some works by Vincent van Gogh such as The Pair of Shoes (1886) and Twelve Sunflowers in a Vase (1888) and also, the painting Las Meninas (1656) by Diego Velázquez and the painting Palacio Real (2009) by José Manuel Ballester. It is observed that space as space can only allow itself to be ?shown? through a phenomenology of space. Space, in this context, is in effect in the establishment of the free. In turn, the free speaks to the void and to the emptying itself as the opening of the possible. Not far away, spatiality comprises a dance traversed by the process of production of singularities, by being, that is, as a dance-game for each one, where the being-there existing, creates space with its movement. It makes holes in space, widens it and restricts it, directs it, hides it and brightens it. It creates space in the arrangement of spaces. In the spatialization of the world, the world raises the world. Thus, a philosophizing of spatiality, proposed by this thesis, is guided by the following terms: being-jar, being-fertile-land and letting-be. The ?what? corresponding to each of these terms and the ?how? the terms are shown to be linked to the Philosophy of Education and Human Formation is what subsidiarily comprises a philosophizing of spatiality. As a main thesis, in short, a philosophizing of spatiality raises the possibility of spacing as a free donation of places and meanings, capable of, with Art, opening in the reliability of the world a disposition to be in ruin, in the sense of an awakening against-ruin. A philosophizing of the spatiality that inhabits the extraordinary (un)veiled in the ordinary. A philosophizing of the spatiality of the essence of technique. A poetic, imaginative philosophizing. But, above all, a philosophizing of spatiality that speaks of a humanly formative spacing and that bursts places as a possibility of possibilities.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2024.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/263170
Date: 2024


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