Frequência, aceitação e consumo da alimentação escolar por escolares do 2º ao 5º ano de Florianópolis: uma avaliação de tendência entre 2013 e 2017

Abstract

Introdução: Os hábitos alimentares recebem influência de inúmeros fatores, e na fase escolar essa influência se intensifica conforme a criança expande seus meios de convivência. A escola passa a ser o ambiente na qual o estudante passa a maior parte do seu tempo, portanto é importante que a mesma contribua com a formação de hábitos saudáveis dos estudantes através de ações e estratégias nutricionais. Para auxiliar neste processo as escolas contam com o Programa Nacional de Alimentação Escolar, a qual estabelece normas que devem ser seguidas pelas instituições, a fim de garantir que os escolares recebam a alimentação adequada e suficiente para suprir sua demanda nutricional durante o período letivo. Objetivo: Descrever a tendência da frequência, aceitação e consumo dos itens alimentares da alimentação escolar em escolares do 2º ao 5º ano do município de Florianópolis em um período de 5 anos (2013-2017). Métodos: Trata-se de um estudo do tipo painel, com dados coletados de estudantes do 2º ao 5º ano, matriculados em rede municipal de ensino nos anos de 2013, 2014, 2015 e 2017. Os tamanhos amostrais foram estimados em 1934 no ano de 2013, 2007 em 2014, 2412 em 2015 e 1050 no ano de 2017. O consumo alimentar, referente ao dia anterior, foi relatado pelos estudantes por meio do Sistema de Monitoramento de Consumo Alimentar e Atividade Física (Web-CAAFE). Esses dados foram utilizados para avaliar a frequência, aceitação da alimentar escolar e analisar a tendência de consumo dos itens que compõe essa alimentação. Para avaliar a tendência da frequência, aceitação e consumo dos itens alimentares na alimentação escolar foram observados a sobreposição ou não dos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) nos anos. Resultados: A frequência semanal do consumo alimentar escolar em cinco dias na semana e a classificação da alimentar escolar como sendo ?muito boa? foi mais prevalente em todos os anos, porém, observou-se redução destas prevalências ao longo dos anos. Dos itens alimentares, em geral, observou-se redução nas prevalências de consumo de arroz, feijão, carnes e iogurte e aumento das frutas, lanches, sucos e queijos na alimentação escolar. Observou-se um aumento significativo no lanche da manhã de 181% no consumo de frutas, 814,3% de queijos e 169,2% de sucos e redução de 71,2% no consumo de iogurtes. Para o lanche da tarde, observou-se aumento de 116,6% no consumo de frutas, 381,4% no consumo de sucos e redução de 88,4% de iogurtes e 78,3% no consumo de carnes. Conclusão: Alimentos marcadores de alimentação saudável, como arroz, feijão e carnes tiveram seu consumo reduzido durante os anos e itens como frutas, lanches e sucos tiveram seu consumo aumentado. Sugere-se que os resultados do presente estudo corroborem para o monitoramento da frequência, aceitação e alimentos mais consumidos na alimentação escolar, além de auxiliar na avaliação da Política Nacional de Alimentação Escolar. É necessária a realização de estudos com maior tempo de seguimento para observar se estas tendências permanecem semelhantes para futura atualização das políticas e estratégias de ação que auxiliem na melhora dos hábitos alimentares dos estudantes.

Abstract: Introduction: Eating habits are influenced by countless factors, and at school this influence intensifies as the child expands their environment. School becomes the environment in which students spend most of their time, so it is important that it contributes to the formation of healthy habits in students through nutritional actions and strategies. To help in this process, schools have the National School Feeding Program, which establishes rules that must be followed by institutions in order to ensure that students receive adequate and sufficient food to meet their nutritional needs during the school term. Objective: To describe the trend in the frequency, acceptance and consumption of food items in school meals among 2nd to 5th graders in the municipality of Florianópolis over a 5-year period (2013-2017). Methods: This is a panel study, with data collected from 2nd to 5th grade students enrolled in the municipal school system in 2013, 2014, 2015 and 2017. Sample sizes were estimated at 1934 in 2013, 2007 in 2014, 2412 in 2015 and 1050 in 2017. Food consumption on the previous day was reported by the students using the Food Consumption and Physical Activity Monitoring System (Web-CAAFE). This data was used to assess the frequency and acceptance of school meals and to analyze the trend in consumption of the items that make up these meals. To assess the trend in the frequency, acceptance and consumption of food items in school meals, the overlap or not of the 95% confidence intervals (95% CI) in the years was observed. Results: The weekly frequency of school food consumption on five days a week and the classification of school food as ?very good? was more prevalent in all years, however, a reduction in these prevalences was observed over the years. Of the food items, in general, there was a reduction in the prevalence of consumption of rice, beans, meat and yogurt and an increase in fruit, snacks, juices and cheese in school meals. There was a significant increase of 181% in fruit, 814.3% in cheese and 169.2% in juice consumption at morning snacks and a 71.2% reduction in yogurt consumption. For afternoon snacks, there was a 116.6% increase in fruit consumption, a 381.4% increase in juice consumption and an 88.4% decrease in yogurt and 78.3% decrease in meat consumption. Conclusion: Foods that are markers of a healthy diet, such as rice, beans and meat, have decreased in consumption over the years, while items such as fruit and juices have increased in consumption. It is suggested that the results of this study corroborate the monitoring of frequency, acceptance and the most consumed foods in school meals, as well as helping to evaluate the National School Feeding Policy. It is necessary to carry out studies with a longer follow-up period to see if these trends remain similar so that policies and action strategies can be updated in the future to help improve students' eating habits.