A relação entre a diversidade de usos do solo e a escolha pela caminhada como meio de transporte

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A relação entre a diversidade de usos do solo e a escolha pela caminhada como meio de transporte

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Título: A relação entre a diversidade de usos do solo e a escolha pela caminhada como meio de transporte
Autor: Lima, Maria Luiza Tremel de Faria
Resumo: Os deslocamentos urbanos fazem parte do cotidiano das pessoas que moram nas cidades e ocorrem por diversos motivos. Muitos são os fatores que podem interferir na escolha pela forma com que as pessoas se deslocam para seus compromissos obrigatórios ou atividades de lazer. Pesquisas indicam que o ambiente construído pode ser determinante na opção por um modo de transporte. Neste sentido, o entendimento do ambiente construído passou a ser tema de inúmeras pesquisas que visam entender a interferência que os fatores urbanos têm nos deslocamentos gerados e na forma com que ocorrem. Crescentes problemas de mobilidade nas cidades desencadearam pesquisas ao longo do mundo que buscam compreender de que forma esta relação pode ser melhorada para resultar em cidades mais sustentáveis, com maior promoção de viagens por meios ativos e, consequentemente, menos carros e menos congestionamentos. Diante deste contexto, esta pesquisa buscou compreender especificamente a relação de um dos elementos do ambiente construído, a diversidade de usos do solo, com os deslocamentos por caminhada, a fim de investigar a relação entre estes elementos e investigar se é possível determinar uma proporção quantitativa de diversidade de usos do solo que promova mais viagens a pé. Esta pesquisa possui caráter exploratório e teve a participação de 103 voluntários que responderam, com auxílio de aplicativo que contabiliza distâncias percorridas por caminhada, o quanto caminharam ao longo de um dia típico. A partir daí, para compreender os resultados obtidos, foram elaborados dados de vizinhança e feitas análises relacionando as características de diversidade de usos do solo da vizinhança de cada participante, medido pela rede de ruas, considerando a distância de caminhada de até 500 metros a partir do endereço de cada participante, utilizando três medidas para avaliar a diversidade: entropia, riqueza de usos e proporção residencial e não residencial. Os dados foram avaliados de forma descritiva e estatística e os resultados dão indícios de que existe a relação entre a diversidade de usos do solo com os deslocamentos por caminhada, uma vez que os participantes que mais caminharam estavam vinculados a endereços com bastante diversidade de usos. Contudo, estatisticamente, esta relação não ficou perfeitamente comprovada uma vez que a correlação encontrada para as variáveis foi baixa e não se encontrou normalidade entre as variáveis estudadas, de forma que, com a amostra disponível e a metodologia adotada, não foi possível encontrar um valor definitivo de diversidade de usos a partir da qual ocorressem mais viagens por caminhada. Entende-se, entretanto, que ainda que o resultado não demonstre que exista relação entre as variáveis, percebe-se que um fator influencia o outro. É necessário salientar que compreendeu-se que a diversidade não é um fator único que seja forte suficiente para interferir definitivamente na opção pelo modo de transporte, sendo, sim, mais um elemento que exerce influência nesta escolha em paralelo com outras características da vizinhança como a densidade, conectividade, topografia e outros além de características individuais de cada pessoa.Abstract: Urban displacements are part of the daily life of people who live in cities and occur for several reasons. There are many factors that can interfere in the choice of the way in which people move to their obligatory appointments or leisure activities. Research indicates that the built environment can be decisive in choosing a mode of transport. In this sense, the understanding of the built environment has become the subject of numerous studies that aim to understand the interference that urban factors have in the displacements generated and in the way in which they occur. Growing mobility problems in cities have triggered research around the world that seeks to understand how this relationship can be improved to result in more sustainable cities, with greater promotion of travel by active means and, consequently, fewer cars and less congestion. Given this context, this research specifically sought to understand the relationship between one of the elements of the built environment, the diversity of land uses, with walking distances, in order to investigate the relationship between these elements and find out if there is a quantitative proportion of diversity of land uses in a given location that promotes more walking trips. This research has an exploratory nature and had the participation of 103 volunteers who responded, with the help of an application that counts the distances covered per walk, how much they walked over a typical day. From there, to understand the results obtained, neighborhood data were elaborated and analyzes were performed relating the characteristics of diversity of land uses in the neighborhood of each participant, measured by the street network, considering the walking distance of up to 500 meters from of each participant's address, using three measures to assess diversity (entropy, richness of uses, and residential to non-residential proportion). The data were descriptively and statistically evaluated and the results indicate that there is a relationship between the diversity of land uses and the distances per walk, since the participants who walked the most were linked to addresses with a lot of diversity of uses. However, statistically, this relationship was not perfectly proven since the correlation found for the variables was low and normality was not found between the studied variables, so that, with the available sample and the adopted methodology, it was not possible to find a value definition of diversity of uses from which more trips by walk would occur. It is understood, however, that even if the result does not demonstrate that there is a relationship between the variables, it is clear that one factor influences the other. It is necessary to point out that diversity is not a single factor that is strong enough to definitively interfere with the option for the mode of transport, being, rather, one more element that influences this choice in parallel with other characteristics of the neighborhood such as density, connectivity, topography and others in addition to individual characteristics of each person.
Descrição: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Florianópolis, 2023.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/253375
Data: 2023


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