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O Diabetes mellitus (DM) se caracteriza por um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia. Entre os fatores envolvidos na sua fisiopatologia, estão o aumento da gordura visceral, a inflamação e o estresse oxidativo. Nesse sentido, estudos têm encontrado nas plantas, grande potencial dietético e farmacológico para a prevenção e tratamento do diabetes. A Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze (araucária) é uma espécie vegetal do Sul e Sudeste do Brasil, sendo Santa Catarina o segundo estado com maior inserção dessa espécie. Porém, as suas reservas naturais atualmente estão limitadas a valores estimados entre 2 a 4% da sua área original, sendo que até 2070 prevê-se o fim da espécie caso nenhuma estratégia de conservação seja aplicada. Portanto, estudos que avaliem o seu potencial biológico são importantes e necessários para promover a sua valorização e conservação. Este estudo teve por objetivo caracterizar o perfil de compostos fenólicos, avaliar o potencial antidiabético in vitro e a toxicidade no nematódeo Caenorhabditis elegans de extratos de brácteas e sementes da araucária. A análise do perfil cromatográfico revelou que a catequina, seguido da epicatequina foram os compostos majoritários dos extratos das brácteas de araucária. No geral, o extrato aceto-etílico das brácteas (BAE) apresentou maior teor dos compostos fenólicos identificados em relação aos extratos hidroalcóolicos (BHA96 e BHA70) das brácteas. Os extratos das sementes apresentaram níveis de compostos fenólicos abaixo do limite de detecção (LOD) do método. Dois extratos de brácteas apresentaram atividade anti-hiperglicêmica in vitro por inibirem a enzima α-amilase pancreática, como o extrato hidroalcóolico obtido por extração exaustiva (BEE) e o aceto-etílico obtido por extração em Sohxlet (BAE). Até o momento, apenas o extrato BHA70 teve a sua toxicidade avaliada em C. elegans. Esses resultados revelaram que o BHA70 não afetou a sobrevivência, a reprodução e nem a longevidade de C. elegans. Os dados do estudo em conjunto, indicam que os extratos de brácteas de araucária são bons prospectos para futuros estudos pré-clínicos e clínicos de avaliação da bioatividade da araucária, em especial, do potencial antidiabético. |
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