Abstract:
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As propostas de diversificação da fumicultura no Brasil são
organizadas sem prever a substituição do tabaco por outras atividades.
Há um discurso que defende modos sustentáveis de produção agrícola,
mas os documentos evidenciam a manutenção do tabaco no centro das
propostas de diversificação. O artigo relaciona dinâmicas de
diversificação da produção de tabaco com características de estruturas
organizacionais e seus modos de gestão. Além de uma análise teórica,
utiliza-se de um estudo de caso que comparou a cultura do fumo com a
olericultura, em termos de renda, motivações dos agricultores e
capacidade de sustentação econômica e ambiental. Conclui-se que para
a diversificação das áreas de produção de tabaco ser efetiva necessita de uma abordagem de gestão socioambiental/territorial, que desloque
a diversificação de um perfil instrumental empresarial ou estatal, para
um modo instrumental/substantivo, valorizando a multifuncionalidade
agrícola. |