Das políticas educacionais inclusivas bilíngues para surdos às políticas bilíngues de/com surdos: um estudo de caso

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Das políticas educacionais inclusivas bilíngues para surdos às políticas bilíngues de/com surdos: um estudo de caso

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Título: Das políticas educacionais inclusivas bilíngues para surdos às políticas bilíngues de/com surdos: um estudo de caso
Autor: BONFIM, Tatiane Cristina
Resumo: A educação bilíngue para surdos é um direito respaldado por documentos legais, que deve ser implementado por meio de políticas públicas voltadas à educação. Tal proposta tem de ser manifestada em cada município, os quais constroem ações específicas para a sua produção. Ocorre que cada município apresenta entendimentos diferenciados do que seja fazer um modelo educacional bilíngue, e também, de como promover o ensino em língua brasileira de sinais (Libras). O presente trabalho propôs analisar a transposição dos discursos de verdade sobre a educação de surdos e suas implicações às práticas cotidianas do Intérprete Educacional (IE). Para isso, analisamos as diretrizes norteadoras das políticas públicas de educação bilíngue para surdos, implantadas pela Secretaria de Educação de um município do interior do estado de São Paulo, nos anos iniciais do ensino fundamental, como componente de conhecimento do cenário investigado e das práticas cotidianas implementadas por intérpretes educacionais nesta unidade educacional. Usamos a triangulação analítica realizada por meio de reflexões teóricas e análises documentais alinhadas às concepções dos participantes. Para essa arquitetura tivemos a no texto a composição das vozes emergentes dos Intérpretes Educacionais, de Professores Regentes, do Gestor Escolar e da Coordenadoria da Educação Especial. Tais saberes se colocaram como alicerce para as análises alinhadas aos estudos dos dispositivos jurídicos em diálogo com os saberes propostos pelas filosofias da diferença. A proposta metodológica confere com a perspectiva arqueogenealógica de Michel Foucault. Em síntese, a pesquisa é descrita sendo um estudo de caso de abordagem qualitativa, com dados balizados pelos Estudos Surdos e pelas filosofias da diferença, em Michel Foucault. Como resultado do estudo destaca-se a compreensão de que as práticas cotidianas dos Intérpretes Educacionais ainda refletem um paradoxo educacional inclusivo complexo: em momentos avistam-se práticas que apontam na direção de uma educação de/com surdos e em outros, uma educação para surdos, a saber, pautado na lógica ouvinte vinculado para a adequação e reparo do ensino aos surdos. Verificam-se disparidades existentes e lutas internas travadas pelos Intérpretes Educacionais que refletem a resistência contra a lógica da biopolítica produzida na educação bilíngue, ainda alinhada à inclusão radical de corpos, com base no apagamento da multiplicidade e das diferenças surdas. O ato de contra-ação, cotidianamente promovido por esses profissionais em suas ações menores, aponta para os primeiros sinais da construção de uma educação de/com surdos, pautada em dispositivos jurídicos, que mesmo com limitações, servem para nortear uma perspectiva bilíngue em Libras, voltada ao desejo da comunidade surda de uma educação singular de/com surdos.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/232416
Data: 2020


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