Abstract:
|
Certa noite de 31 de dezembro, éramos um grupo de pessoas mais ou menos estranhas umas às outras, que voávamos juntas para a Índia. Nossas relações de conhecimento, muito vagas, datavam apenas de horas. Nossa história comum limitava-se à contemplação de algumas imagens inesquecíveis: o Mediterrâneo, as Pirâmides, imensos desertos pálidos, golfos que o Sol coloria com tintas orientais e, finalmente, o céu que se ia tornando noturno, o céu que fora tão grande e parecia pouco a pouco reduzir-se em sombra, e ficar do nosso tamanho, do tamanho das nossas pequenas vidas ali suspensas, com seus mistérios, esperanças e medos.[1] |