?Quando a gente podia sair de casa?: a cidade na voz das crianças em período de distanciamento social

DSpace Repository

A- A A+

?Quando a gente podia sair de casa?: a cidade na voz das crianças em período de distanciamento social

Show full item record

Title: ?Quando a gente podia sair de casa?: a cidade na voz das crianças em período de distanciamento social
Author: Desgualdo, Paula Semerdjian
Abstract: Esta é uma pesquisa qualitativa que tem como foco as narrativas e representações de um grupo de crianças sobre a cidade de Florianópolis. O objetivo principal é refletir sobre a visão das crianças em relação à cidade onde vivem, a partir de práticas de criação imaginativa e produção cultural. A discussão teórica, com ênfase na dimensão política, tem como base autores que estudam as infâncias (SARMENTO, CORSARO, KRAMER), as crianças na cidade (FERNANDES, TONUCCI, GOBBI, MULLER) e participação (QUINTEIRO, GIRARDELLO). Para pensar a criança na cidade, opera-se com o os conceitos de ?confinamento? (PERROTTI, 1990) e ?autonomia? (FREIRE, 2006). Dialogase ainda com as ponderações de Allison James (2019), sobre as armadilhas de ?dar voz? às crianças. Adotou-se como referencial metodológico a cartografia, inspirada nas reflexões de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1995) e na ideia de acompanhar processos em curso (KASTRUP, 2009). Os dados foram produzidos primeiro a partir de observação e anotações no diário de campo da pesquisadora em trajetos cotidianos e, depois, a partir de uma intervenção com um grupo de nove crianças de seis anos, matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal. O trabalho de campo se deu durante a crise sanitária e política de 2020, desencadeada pela pandemia de covid-19. Durante um mês, foram realizadas atividades à distância via grupo de whatsapp e zoom, como forma de se adaptar ao contexto de distanciamento social que se apresentou no percurso. Utilizou-se, assim, uma variedade de métodos de pesquisa e produção de dados: vídeo, desenho, história, maquete, reuniões em grupo e entrevistas individuais semi-estruturadas. Para isso, nos apoiamos em autores que valorizam a imaginação, como Richard Kearney (1991) e a brincadeira narrativa, como Vivian Gussin Paley (1992). Os resultados sugerem modos próprios das crianças de se relacionarem com a cidade e definirem o espaço urbano, entrelaçando fantasia e realidade. Embora sua participação seja limitada de muitas formas, isso não as impede de demonstrar preocupações com o coletivo, de cunho social, moral e ambiental. A experiência metodológica aponta para o poder do faz-de-conta e do envolvimento do adulto na brincadeira imaginativa como estratégia de pesquisa e de produção cultural com crianças. Enfatizamos as potencialidades de ouvir as crianças e explorar seus desejos e ideias sobre temas que lhes dizem respeito, bem como valorizar seus repertórios, levando em conta que seu imaginário é constituído de acordo com um contexto histórico, social e cultural.Abstract: This is a qualitative research focused on the narratives and representations of a group of children about the city of Florianópolis. The main objective is to reflect on the children's view of the city where they live, based on imaginative creation and cultural production practices. The theoretical discussion, with emphasis on the political dimension, is based on authors who study childhood (SARMENTO, CORSARO, KRAMER), children in the city (FERNANDES, TONUCCI, GOBBI, MULLER) and participation (QUINTEIRO, GIRARDELLO). To think about the child in the city, the concepts of ?confinement? (PERROTTI, 1990) and ?autonomy? (FREIRE, 2006) are operated. It also deals with the considerations of Allison James (2019), on the pitfalls of ?giving voice? to children. Cartography was adopted as a methodological reference, inspired by the reflections of Gilles Deleuze and Félix Guattari (1995) and the idea of monitoring ongoing processes (KASTRUP, 2009). The data were produced first from observation and notes in the researcher's field diary on daily journeys and then from an intervention with a group of nine six-year-old children enrolled in the first year of elementary school at a municipal school. Fieldwork took place during the 2020 health and political crisis, triggered by the covid-19 pandemic. For a month, remote activities were carried out via whatsapp and zoom groups, as a way of adapting to the context of social distance that emerged. Thus, a variety of research and data production methods were used: video, drawing, history, model, group meetings and individual semi-structured interviews. For that, we rely on authors who value imagination, like Richard Kearney (1991) and narrative play, like Vivian Gussin Paley (1992). The results suggest children's own ways of relating to the city and defining the urban space, intertwining fantasy and reality. Although their participation is limited in many ways, this does not prevent them from expressing concerns about the collective, of a social, moral and environmental nature. The methodological experience points to the power of make-believe and adult involvement in imaginative play as a strategy for research and cultural production with children. We emphasize the potential of listening to children and exploring their desires and ideas on topics that concern them, as well as valuing their repertoires, taking into account that their imagination is constituted according to a historical, social and cultural context.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2020.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216143
Date: 2020


Files in this item

Files Size Format View
PEED1515-D.pdf 1.639Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Advanced Search

Browse

My Account

Statistics

Compartilhar