Associação entre aptidão aeróbia e indicadores antropométricos de gordura corporal em adolescentes

Abstract

Objetivou-se analisar a associação entre aptidão aeróbia (APE) e indicadores antropométricos de adiposidade corporal (IA?s) (índice de massa corporal - IMC, perímetro da cintura - PC, razão perímetro da cintura/estatura - RCEst, índice de conicidade - índice-C, dobra cutânea do tríceps ? TR, dobra cutânea subescapular - SE, dobra cutânea suprailíaca - SI, somatório das dobras do tríceps e subescapular - STR+SE, somatório das dobras do tríceps, subescapular e suprailíaca - STR+SE+SI e percentual de gordura corporal - %GC) em adolescentes de ambos os sexos. Para identificar lacunas do objeto de estudo, foi realizada revisão sistemática com metaanálise em sete bases de dados. O estudo analítico transversal de base escolar utilizou 879 alunos (14 a 19 anos) de escolas públicas de São José/SC. A APE foi avaliada pelo teste Canadense modificado de Aptidão Aeróbia?mCAFT. As medidas antropométricas (massa corporal, estatura, PC, TR, SE e SI,) foram avaliadas de acordo com a International Society for the Advancement of Kinanthropometry (ISAK). Os resultados desta pesquisa foram divididos em cinco artigos. O primeiro artigo de revisão sistemática e meta-análise, encontrou associação negativa entre APE (avaliada pelo teste Shuttle Run 20m por meio do VO2máx) e %GC, IMC e PC. Quando avaliada pelo Shuttle Run 20m por meio do número de voltas, houve associação negativa entre APE e %GC dos adolescentes. O segundo artigo identificou quais IA?s estariam mais fortemente associados ao VO2máx. Com exceção do IC para as meninas, todos os IA?s estiveram associados ao VO2máx dos adolescentes. O somatório das três dobras cutâneas foi o que obteve maior poder explicativo (21% e 23% para o sexo masculino e feminino, respectivamente). O terceiro artigo analisou a combinação dos IA?s associados ao VO2máx, demonstrando que à medida que aumentou uma unidade do VO2máx dos adolescentes, diminuíram as chances de apresentarem simultaneamente três ou mais IA?s em excesso. O quarto artigo verificou a associação entre o %GC analisado por três equações preditivas (Lohman, Boileau e Slaughter) e o VO2máx. Todas as equações estiveram associadas negativamente ao VO2máx. As equações de Lohman e de Boileau foram as que obtiveram maior poder explicativo (20,0%) para a variação do VO2máx no sexo masculino. No sexo feminino foi a equação de Slaughter (18,0%). O último artigo verificou o poder discriminatório dos IA?s para baixos níveis de APE. Todos os IA?s apresentaram poder discriminatório. Os meninos com valores acima do ponto de corte estipulado para a SE, SI, STR+SE, STR+SE+SI, %GC - equação de Boileau, %GC - equação de Lohman e %GC - equação de Slaughter, apresentaram maiores chances de terem baixos níveis de APE. As meninas com valores acima de TR, STR+SE, %GC - equação de Boileau e %GC - equação de Lohman, apresentaram maiores chances de terem baixos níveis de APE. As meninas com valores acima do ponto de corte para a RCEst tiveram menores chances de terem baixos níveis de APE. Programas efetivos que priorizem a APE são necessários, principalmente incentivando a prática de atividade física e a reeducação alimentar para diminuição do excesso de adiposidade dos adolescentes.

Abstract: The objective of this study was to analyze the association between aerobic fitness (AF) and anthropometric indicators of body adiposity (AI's) (body mass index - BMI, waist - W, waist perimeter/height ratio - WHtR, conicity index ? index-C, triceps skinfold - TR, subscapular skinfold - SE, suprailiac skinfold - SI, sum of triceps and subscapularfold folds - STR + SE, sum of tricepsfolds, subscapular and suprailiac - STR + SE + SI and body fat percentage -%BF) in adolescents of both sexes. To identify gaps in the study object, a systematic review with meta-analysis was performed in seven databases. The school-based cross-sectional analytical study used 879 students (14-19 years) from public schools in São Jose/SC. AF was evaluated by the modified Canadian Aerobic Fitness test - mCAFT. AI?s (body mass, height, W, TR, SE and SI) were evaluated according to the International Society for the Advancement of Kinanthropometry (ISAK). The results of this research were divided into five articles. The first systematic review article and meta-analysis found a negative association between AF (assessed by the Shuttle Run 20m test by VO2max) and% BF, BMI and W. When evaluated by Shuttle Run 20m by the number of turns, there was a negative association between AF and %BF of adolescents. The second article identified which AI?s would be most strongly associated with VO2max. With the exception of index-C for girls, all AI?s were associated with adolescents? VO2max. The sum of the three skinfolds obtained the highest explanatory power (21% and 23% for males and females, respectively). The third article analyzed the combination of VO2max associated AI's, demonstrating that as adolescents' VO2max units increased, the chances of having three or more excess AI?s simultaneously decreased. The fourth article verified the association between %BF analyzed by three predictive equations (Lohman, Boileau and Slaughter) and VO2max. All equations were negatively associated with VO2max. The Lohman and Boileau equations were the ones with the highest explanatory power (20.0%) for VO2max variation in males. In females was the Slaughter equation (18.0%). The last article verified the discriminatory power of AI?s for low AF levels. All AI?s had discriminatory power. Boys with values above the cutoff point for SE, SI, STR + SE, STR + SE + SI, %BF - Boileau equation, %BF - Lohman equation and %BF - Slaughter equation, presented more likely to have low AF levels. Girls with values above TR, STR + SE, %BF - Boileau equation and %BF - Lohman equation were more likely to have low AF levels. Girls with values above the cut-off point for the WHtR were less likely to have low AF levels. Effective programs that prioritize AF are needed, especially encouraging physical activity and dietary reeducation to reduce excess adiposity in adolescents.