Políticas públicas e os sentidos e significados atribuídos pelos educandos surdos ao intérprete de língua de sinais brasileira

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Políticas públicas e os sentidos e significados atribuídos pelos educandos surdos ao intérprete de língua de sinais brasileira

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Título: Políticas públicas e os sentidos e significados atribuídos pelos educandos surdos ao intérprete de língua de sinais brasileira
Autor: SCHUBERT, Silvana Elisa de Morais
Resumo: Este trabalho de pesquisa tem como objeto de estudo as políticas públicas que incluem no ambiente educacional o surdo, a Libras e o intérprete de língua de sinais brasileira, bem como os sentidos e significados atribuídos pelos educandos surdos ao intérprete de Libras, tendo como base o nível superior de ensino. O objetivo foi analisar os sentidos e significados do intérprete numa perspectiva histórico cultural, a partir das relações de saber e poder existentes com a inserção do ILS na inclusão escolar de surdos; tomando como ponto de partida as políticas públicas para a inclusão. Para tanto, fez-se um resgate da história dos surdos, desvelando realidades e folclores existentes na sua educação e na inserção social e acadêmica do intérprete como profissional. Compreende-se a partir da pesquisa que o significado do surdo evoluiu, causando uma ascensão histórica, educacional e social, no entanto o mesmo não aconteceu (com a mesma intensidade) com intérprete de Libras, que lentamente ganha os espaços educacionais. Muitos ainda trazem consigo o comportamento assistencialista e filantrópico produzido historicamente, ou ainda são compreendidos de modo reificado, ou seja; apenas como um instrumento de acessibilidade, um recurso (e enquanto recurso entendem-no, neutro), tentando tornar imperceptível seu hibridismo com o professor, com o aluno, com suas próprias vontades, ele (o ILS) não se anula, e tirar dele a vontade é coisificálo. Convoca-se os surdos para discutir sentidos a partir de entrevistas, as quais são posicionamentos que definem o modo de utilizar e compreender o intérprete em sua dimensão profissional, humana e social, mas também convoca-se o intérprete com seus posicionamentos, a visão que tem de si e do outro (intérprete e surdos), seus significados possíveis, tomando como ponto de partida as leis e a literatura. Os resultados obtidos demonstram que os surdos desejam para si uma educação verdadeiramente bilíngue, mas observam e aprovam o iniciar de respostas às suas lutas políticas e sociais, quando instituições de ensino superior contratam intérpretes de Língua de Sinais brasileira para acompanhá-los no percurso acadêmico, ainda que desconheçam origem, formação e fluência linguística. Maior parte dos surdos citam que, ao compreenderem o intérprete como recurso humano de acessibilidade, não o fazem de modo reificado, pois também entendem que em cada profissional que interpreta há “uma pessoa”, com seu profissionalismo, mas também particularidades. Os surdos em sua maioria falam do desejo de uma educação que atenda a suas necessidades (com experiências visuais) de aprendizagem e citam como uma ideologia, a falta de autonomia surda e a dependência do surdo em relação à pessoa do intérprete, sendo esse (ILS) necessário, parte importante e integrante da comunidade surda, mas não o único meio de comunicação dos (e com os) surdos. As discussões sobre o tema não se encerram, mas se abrem para o debate, necessitando ser intensificadas e revistas no encontro com novos sentidos e significados, os resultados não são inertes, passivos e fechados em si e sim uma iniciativa, para que a inclusão do surdo e a utilização do IE não seja tomadas como “uma coisa qualquer”, mas, como uma maneira de compreender a realidade, um contraponto entre o existente e as condições realmente necessárias para uma educação inclusiva de fato e de direito e a superação dos folclores firmados na relação entre os sujeitos (intérpretes e surdos).
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190788
Data: 2012


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