Abstract:
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O processo de reforma e abertura do final da década de 1980 alavancou uma expansão econômica jamais vista na China. A expansão da atividade industrial, da urbanização, do comércio internacional e do consumo interno foram alguns dos fatores que colocaram a China no centro das relações internacionais. Esta expansão econômica veio acompanhada de um aumento massivo no consumo de diversos recursos e, assim, de uma preocupação internacional sobre como a China obterá estes recursos para garantir seu contínuo crescimento e estabilidade política e social. No que tange à recursos agrícolas, a China está no centro da discussão internacional em grande parte devido à suas relações no setor agrícola africano. Neste continente, é acusada de realizar investimentos massivos para produzir alimentos e exportar a produção de volta para a China, buscando garantir sua própria segurança alimentar. Entretanto, autores que realizam pesquisas de campo e entrevistas, tanto na China quanto na África, evidenciam que esta tese não se sustenta. As relações sino-africanas na agricultura são, por outro lado, marcadas por diversos programas de cooperação, com grande foco em transferência de tecnologia; investimentos muito menores do que pregados pelos defensores do land grabbing; e pela produção destinada, em maior parte, para o mercado interno africano. |