Abstract:
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Foi realizado um levantamento taxonômico da fauna de drosofilídeos em três áreas de Mata Atlântica, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Sendo realizadas duas coletas em cada área, a primeira em setembro de 2014 e a segunda em setembro de 2015. As assembleias foram analisadas com base no número de espécies coletadas, na abundância absoluta e relativa, índice de diversidade de Shannon, e nos índices de dominância e de diversidade de Simpson. Pares de amostras foram comparados por meio de dois índices de similaridade: Jaccard e Morisita. A amostra final totalizou 940 indivíduos, predominantemente do gênero Drosophila, dentre os quais foram identificadas 22 espécies distintas. Foram coletadas: Drosophila annulimana, D. ararama, D. arassari, D. bandeirantorum, D. capricorni, D. dreyfusi, D. flexa, D. fumipennis, D. griseolineata, D. guaraja, D. guaru, D. mediopicta, D. mediopunctata, D. melanogaster, D. moju, D. nappae, D. onca, D. paraguayensis, D. polymorpha, D. simulans, D. willistoni e Scaptodrosophila latisfaciaeformis. Foram coletados três indivíduos de uma espécie nova do grupo canalinea, que está sendo descrita pela equipe do Laboratório de Drosofilídeos na UFSC. Este grupo só havia sido coletado até a região de Joinville, ampliando, agora a sua distribuição para região mais austral. As espécies encontradas em cada trilha tiveram diferenças na abundância relativa com predomínio, em todas as trilhas, de D. capricorni, D. paraguayensis e D. willistoni que são espécies bioindicadoras de ambientes preservados. A trilha com maior número de indivíduos e de espécies coletadas foi a do Arrasto, caracterizada por ser uma trilha de mata totalmente preservada; enquanto a trilha que sofreu maiores impactos ambientais foi a do Mirante que apresentou o menor número de espécies coletadas e, também, apresentou uma espécie exótica D. onca. Os valores obtidos pelo índice de Morisita apontam que a estrutura das assembleias nas trilhas Samambaia e Mirante são muito semelhantes (IM = 0,9880), ao passo que os valores obtidos pelo de Jaccard apontam as trilhas Samambaia e Arrasto como praticamente idênticas (C = 1). As espécies coletadas sofreram influência climática, uma vez que na coleta de 2015, que ocorreu em uma época de chuvas sequenciais e temperaturas menores, foi obtido um número muito menor de indivíduos. 10 Comparando os nossos resultados com outro trabalho realizado no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro em diferentes anos, pode-se observar que a região manteve seu status de área bem preservada num período de 14 anos. As espécies encontradas nas trilhas do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro são predominantemente espécies nativas e indicadoras de que o ambiente está preservado. |