Abstract:
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O presente trabalho procurou explicar quais foram as condições que propiciaram a emergência, manutenção e difusão das práticas e ideias do grupo terrorista Al-Qaeda. A partir da hipótese que as teorias de movimentos sociais seriam as mais adequadas a essa tarefa, buscou-se primeiramente conhecer quais eram as teorias de movimentos sociais e como elas se aplicariam a casos com uso de violência política. Ao final, fez-se o exercício de enquadrar o grupo dentro dos instrumentos conceituais encontrados no arcabouço escolhido. Pode-se encontrar evidências que oportunidades políticas, recursos de mobilização e enquadramentos de discurso, tonaram possível o surgimento do grupo, assim como sua sobrevivência. Foi-se igualmente possível identificar que um dos meios de difusão de ideias e práticas foi o framing global e a dispersão entre fronteiras. Ao fazer essa investigação tornou-se patente o aspecto contingente do grupo Al-Qaeda, constrangido e construído socialmente e não um monólito como é retratado recorrentemente nas teorias tradicionais de terrorismo. Da mesma forma, contribui-se ao demonstrar que um ator não-estatal foi um influenciador da política internacional, contrariando o senso comum estadocêntrico presente nas Relações Internacionais. |