Abstract:
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Este trabalho analisa os entraves produzidos através do discurso fundamentalista religioso ante a incorporação do estudo de gênero na escola. Ainda que a legislação, sobretudo no âmbito federal, norteie práticas no campo educacional em prol da justiça social para todas e todos, há resistência por parte de sujeitos que, orientados por representações religiosas de gênero, sentem-se ameaçados em presença de concepções que não se amparam em padrões hegemônicos de gênero, visto que comumente acreditam que o referido estudo procura educar os discentes para uma vida que não contemple os referenciais tradicionais de família compreendidos como natural e sagrado. Assim, por meio do método de pesquisa qualitativa, consideramos a influência do referido discurso na construção do imaginário social a respeito dos papéis sociais atribuídos a homens e mulheres que apresenta atribuições específicas amparadas em um ideal moralizador que promove a desigualdade entre homens e mulheres. Para compreendermos este fenômeno se fez necessário analisar e relacionar três questões: as históricas, para salientar quais circunstâncias e fatos corroboram com a desigualdade de gênero, o discurso fundamentalista religioso que, ao sacralizar o papel social da mulher, reforça as desigualdades e os entraves que obstaculizam a incorporação da perspectiva de gênero na escola na contemporaneidade. |