Abstract:
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A dívida externa latino-americana, especificamente a brasileira, foi um dos elementos mais discutidos na segunda metade do século XX no cenário político econômico. Deste modo, é necessário não somente ater-se a uma mera análise de balanços de pagamentos dos períodos em que se deu o endividamento latino-americano, é necessário entender que o problema da dívida latino-americana já deixou de ser, simplesmente, um problema econômico. As cifras que se referem ao desenvolvimento da dívida externa na América Latina revelam um fato importante: esta dívida contém um automatismo de crescimento que independe da disposição dos bancos privados ou de entidades públicas de financiamento. Para entender o funcionamento desses mecanismos que levam a dívida da América Latina tornar-se algo “impagável”, faz-se necessário um resgate teórico e histórico dos procedimentos que envolvem o surgimento dessa dívida, bem como uma análise da dependência latino-americana, à luz da Teoria Marxista da Dependência. A partir dos dados e categorias do arcabouço teórico supracitado, discutirei nesse trabalho as consequências políticas e sociais do endividamento externo e os mecanismos utilizados para a manutenção de uma impagável dívida na economia brasileira. Além disso, apresentarei a problemática atual trazida pela Auditoria Cidadã da Dívida, seus argumentos, posições e barreiras a serem enfrentadas na atual conjuntura política e econômica brasileira. |