Abstract:
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Com a crescente popularização da prática de musculação entre as mulheres tornou-se essencial que os profissionais de Educação Física reconheçam a influência dos processos fisiológicos que ocorrem no corpo feminino durante a prática. Nesse sentido, o ciclo menstrual merece atenção especial, pois parece promover diversas alterações no organismo da mulher durante o exercício. Deste modo, o objetivo do presente estudo foi identificar a variabilidade da força máxima e da resistência muscular conforme as fases do ciclo menstrual em mulheres adultas praticantes de treinamento resistido. Participaram do estudo 20 mulheres, com idades de 21 a 40 anos, usuárias de métodos contraceptivos orais e praticantes de musculação há, no mínimo, seis meses. A estatura e massa corporal das participantes foram mensuradas por meio de estadiômetro e balança digital. Para avaliação da força máxima elas foram submetidas ao teste de 1RM em três exercícios: leg press 45º, supino reto com barra, e remada baixa com triângulo. Para avaliação da resistência muscular, foram feitos os testes de um minuto de abdominal e flexão de cotovelos sobre o solo até a falha. Os testes foram aplicados em três momentos: na fase lútea (três a cinco dias antes da fase folicular), na fase folicular (durante a menstruação), e por fim na fase ovulatória (três a cinco dias depois da fase folicular). Para a análise dos dados, foi utilizado o pacote estatístico do programa Stata – versão 13.0 (Stata Corporation, College Station, Estados Unidos). A estatística descritiva incluiu frequências absoluta e relativa (%), média e desvio padrão, acompanhados de seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Para identificar a normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk. No intuito de comparar a variável contínua dos resultados de força máxima e resistência muscular localizada nos três períodos do ciclo menstrual (nas variáveis com e sem distribuição normal), foram analisados os IC95%, identificando a significância pela não sobreposição dos mesmos em diferentes categorias. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas para nenhum dos cinco exercícios, nos três períodos avaliados. No exercício leg press 45º, ocorreu um aumento considerável, mas não significativo, de carga suportada na fase ovulatória. Nos demais exercícios essas diferenças não foram observadas. Pode-se concluir que as diferentes fases do ciclo menstrual não influenciam no desempenho da força máxima e da resistência muscular localizada nos exercícios resistidos investigados. |