Abstract:
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A humanidade sempre se apegou a ideia de registrar o real para deixar sua marca no mundo, desenvolvendo esse desejo em representação e por fim no da assimilação gerada pela referência que se faz ao observar uma fotografia. A fotografia possui três características: o de registro do real, onde adquire caráter de espelho da realidade, como representação do real e como referência do real, onde o observador assimila referências ao seu significado. Como parte das atividades da Operação Itacaiúnas do Projeto Rondon, ocorrida entre 17 de julho e 02 de agosto, foram desenvolvidas, na cidade de Wanderlândia (TO), Oficinas de Fotografia para diversos públicos. Em uma delas o público foi de 44 pessoas, em sua maioria, crianças entre três e 10 anos que eram atendidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, mantido pela Secretaria de Assistência Social do Município. Por ser voltada para este público específico, procuramos uma abordagem mais visual, com vídeos e análise de imagens, onde foi possível observar a associação da fotografia com dois de seus três conceitos principais. O objetivo era desenvolver o olhar subjetivo, fugindo do caráter de registro e de referência, aproximando as crianças do seu lado artístico e emocional e explorando essa visão de mundo única que possuem. Durante a oficina, notou-se que um caráter foi comumente deixado de lado, o de representação do real, a fotografia como arte que pode transformar o significado do que está sendo mostrado. A partir disso, viu-se a necessidade de mostrar esse lado da fotografia para as crianças da atividade, treinando o olhar delas a identificar ao seu redor objetos que pudessem transparecer as três características da fotografia. A oficina, que foi dividida em dois momentos, expositivo e prático, cativou a atenção das crianças quando elas eram questionadas com relação ao que era fotografia e quando analisavam imagens. Durante a atividade prática, foi possível perceber a empolgação das crianças enquanto procuravam assuntos para fotografar. Elas procuravam o que já é naturalmente considerado belo, como flores e árvores. Compreende-se que para transportar o olhar lúdico da criança para a fotografia é necessário que ela alargue o seu conceito de imagem. Desse modo será despertada uma visão artística que mudará o jeito como elas veem e produzem fotos. A atividade, satisfatoriamente, conseguiu mostrar essa terceira dimensão da fotografia, expandindo o olhar infantil sobre a criação da mesma. |