Abstract:
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Este trabalho busca analisar as relações existentes entre Capital Financeiro e Capital Produtivo e como isto impacta no mercado de trabalho. Historicamente, o Capital Financeiro estava subjugado ao ciclo do Capital Produtivo. No entanto, com a crise sistêmica na década de 1970 e a expansão do Neoliberalismo, o primeiro torna-se o centro da dinâmica redefinindo a esfera produtiva e também o mercado de trabalho. Neste momento ocorre um movimento de deslocamento e descolamento entre estes capitais. Através do Investimento Estrangeiro Direto (IED), as Empresas Multinacionais deslocam parte de sua produção para se aproveitar de características locais em regiões periféricas, direcionando o setor a ser desenvolvido, ou seja, impõe aos países receptores o tipo de trabalho a ser demandado. Em paralelo, sucede o descolamento entre a produção e os ativos financeiros, expandindo o valor fictício do Capital Financeiro engendrando profundas e recorrentes crises financeiras. Observa-se neste processo de financeirização uma mudança na Divisão Internacional do Trabalho, impondo um novo paradigma tecnológico e organizacional, provocando diferenciação do trabalho no Centro e na Periferia. Na primeira região concentra-se os trabalhos mais qualificados de melhor remuneração, enquanto na periferia a força de trabalho sofre uma desvalorização e desqualificação para atender os interesses financeiros das Empresas Multinacionais. |