Abstract:
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A geração de energia elétrica a partir de usinas nucleares é desnecessária no Brasil. A opção tecnológica, procedente de países industrializados, situados no hemisfério norte, concretizadas a partir da década de 70, significou uma decisão político-ideológica, de caráter autoritário e estratégico, e não técnico-científica e mesmo ética. Teve início com a compra deAngra I e foi intensificada em 75 com a assinatura do acordo nuclear Brasil/alemanha, encerrando dupla dependência: a dos reatores nucleares e a do combustível. Para o governo federal, interessado na transferência e domínio da tecnologia, era secundária a produção de energia elétrica, ainda que essa fosse a justificativa dada ao país, já que sua oferta era superior a demanda. O Programa Nuclear Brasileiro perde, na década de 80, a vitalidade que podia ser observada na década anterior, incorrendo em erros técnicos acentuados e apresentando um quadro de extrema gravidade principalmente no que diz respeito ao plano de emergência para a população de Angra dos Reis e cidades circunvizinhas, e aos rejeitos radioativos que continuam sem destino definitivo e sem solução. Neste quadro não pode e não deve haver lugar para energia termo-nuclear, onerosa aos cofres públicos, perigosa à população, ao meio ambiente, ao planeta como um todo. |