Abstract:
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Introdução: A audição é extremamente importante para o desenvolvimento da linguagem oral e da comunicação. A criança deve ser capaz de prestar atenção, detectar, discriminar e localizar sons, e ainda memorizar e integrar as experiências auditivas, para que possa reconhecer e compreender a fala. As perdas auditivas mais comuns em crianças em idade escolar são as perdas auditivas condutivas, as quais, em sua maioria, são perdas auditivas temporárias causadas por otite média. As perdas auditivas condutivas de graus leve e moderado em crianças são difíceis de serem detectadas, devido a criança não sabe referir o que está sentindo, pois muitas vezes não provocam dor. Levando em consideração este dado e o quanto a perda auditiva pode interferir na aprendizagem, linguagem e desenvolvimento social do indivíduo, torna-se fundamental a realização da triagem auditiva em escolares para detectar esse tipo de alteração auditiva. Objetivo: Verificar a ocorrência de alterações auditivas condutivas em crianças de cinco a seis anos de idade da educação infantil. Métodos: O estudo é do tipo observacional transversal. A população foi composta por 35 crianças de cinco a seis anos de idade, estudantes do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foram realizados os seguintes procedimentos audiológicos: meatoscopia, triagem audiométrica e triagem de imitância acústica. Para a análise dos resultados obtidos na triagem auditiva, anamnese e questionários para os professores, os dados foram apresentado em figuras, gráficos e tabelas. Frente aos resultados optou-se em fazer dois tipos de análise, uma considerando os critérios sugeridos pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) e uma análise mais detalhada, considerando os resultados por frequências testadas em cada procedimento. Resultados: Na inspeção do meato acústico a maioria dos sujeitos passou (83% na orelha direita e 77% na orelha esquerda), na triagem audiométrica a maioria das crianças passou (71% na orelha direita e 84% na orelha esquerda). Na triagem timpanométrica houve um grande número de alterações, sendo 31% na orelha direita e 42% na orelha esquerda, com resultados sugestivos de comprometimento auditivo condutivo. E, quando referido os resultados da pesquisa do reflexo acústico, houve um grande número de falhas (90% na orelha direita e 94% na orelha esquerda). Considerando os resultados de forma geral, a população desta pesquisa apresentou um alta ocorrência de alterações condutivas sendo um total de 55% do total de 35 crianças. Em relação a anamnese, os pais demonstraram estarem atentos aos sinais de dificuldades relacionadas a audição, ao contrário do que foi encontrado no questionário aplicado aos professores, no qual somente três crianças foram citadas com alguma dificuldade de atenção ou audição. Conclusão: Diante das alterações encontradas é importante que haja programas de prevenção e promoção de saúde auditiva em escolares e orientações aos pais e professores para que estejam atentos aos sinais de possíveis comprometimentos auditivos. |