Abstract:
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Após tantos meses de pesquisa, de muitas experiências, deslocamentos e pensamentos apresento o trabalho que construí. A pesquisa parte dos meus questionamentos sobre as práticas de Educação Ambiental que com muita frequência são realizadas em espaços naturalizados, como parques, hortas, praças. Entendendo o conceito de meio ambiente como algo mais abrangente, me perguntava sobre as possibilidade de realizar essas práticas em um ambiente altamente urbanizado. Que outros entendimentos sobre meio ambiente essa mudança proporcionaria? Assim, motivada por esse desejo, criei uma oficina de Fotografia e Ambiente no centro da cidade, na tentativa de incentivar outros olhares sobre o ambiente urbano. Ao escolher os alunos e alunas de um Cursinho Pré-Vestibular como os sujeitos da pesquisa, também tentei construir uma proposta educativa que possibilitasse experiências e não apenas transmissão de informações e conteúdos. É esse processo de pesquisa aberto à múltiplas intervenções e a experimentações que apresento a vocês nas próximas páginas. O primeiro capítulo – Uma trajetória de encontros – está subdivido em vários seções. A primeira delas – Um encontro comigo ou com o que escapa de mim – trata da minha própria trajetória durante os anos que cursei Ciências Biológicas e dos caminhos que esta foi tomando a partir das várias vivências que tive. Na segunda seção – O encontro com a pesquisa – coloco as primeiras idéias e intenções investigativas. Estas partem das intenções de desnaturalizar o conceito de meio ambiente, e assim envolvem a criação de uma proposta de Educação Ambiental em um ambiente altamente urbanizado. A escolha de quem seriam os participantes dessa pesquisa é o tema da próxima seção, em que conto um pouco sobre como foi dar aulas em um Cursinho Pré-Vestibular Comunitário, todas as angústias e pensamentos, culminando no desejo de construir uma proposta educativa mais aberta à intervenção dos estudantes. Termino então o primeiro capítulo tratando das metodologias que me inspiraram e me levaram a construir uma oficina-dispositivo de Fotografia e Ambiente no centro da cidade de Florianópolis. No segundo capítulo - Os múltiplos encontros da oficina-dispositivo – conto um pouco dos primeiros arranjos para que a oficina pudesse ocorrer: busca do local, convite dos alunos, primeiras conversas com os inscritos. Também falo um pouco sobre o relato que construí a partir de cada encontro, e narro nas cinco seções do capítulo cada um dos encontros da oficina, entremeando o meu planejamento com o que foi realizado. A partir das experiências da oficina, do relato construído e das muitas imagens produzidas ao longo dos cinco encontros, faço nos capítulo seguintes alguns apontamentos sobre as questões que considerei mais relevantes para o meu interesse de pesquisa. No terceiro capítulo – Tudo ver: “nada a ver” – reflito sobre as imagens e falas dos alunos que reforçavam o meio ambiente como sinônimo de natureza. Entretanto, considerei que aconteceram também deslocamentos no entendimento desse conceito, além de outras possibilidades de imagens e pensamentos disparados pelo dispositivo. Essas considerações estão presentes no quarto capítulo intitulado Fugas. No próximo capítulo – Pinhole: foto-experimentações – falo sobre as experiências que tivemos na construção e utilização de câmeras fotográficas artesanais, uma atividade que considerei disparadora de muitas outras possibilidades e acontecimentos. Finalizo meu trabalho com um capítulo – intitulado Alguns pensamentos – dedicado às últimas considerações sobre as experiências proporcionadas pela oficina e pela trajetória da pesquisa. Espero que a leitura dessas páginas também propicie uma experiência para aqueles que nelas decidirem mergulhar. |