Abstract:
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Atualmente, no Brasil, a discussão que envolve a autogestão na teoria organizacional está sendo tratada por alguns grupos de pesquisadores que recentemente vêm expondo suas pesquisas nos diversos congressos de Administração e em outros meios de comunicação de pesquisa. Estes pesquisadores vêm analisando certos casos de práticas organizativas horizontalizadas baseadas em diferentes formas de organizações com princípios coletivistas e onde essas práticas vêm obtendo sucesso em sua gestão dentro do contexto social. O presente estudo apresenta diversos fatores da prática administrativa existente em um assentamento da reforma agrária no município de Garuva — Santa Catarina, relacionando-os com os princípios e características autogestiondrias. A discussão teórica, além de caracterizar a autogestão, diferenciara-la de certas modalidades de participacionismo, bem como trará discussões de experiências históricas e seus relacionamentos com o mercado capitalista, com a educação e com o processo de consciência. A pesquisa é predominantemente descritiva e qualitativa. A coleta de dados para o estudo do caso foi através de entrevistas semi-estruturadas e conversas informais, observação e análise documental. Faz-se uma breve reflexão a respeito da questão agrária no Brasil e as origens e lutas do MST — Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, para, então, analisar-se o sistema de organização dos assentados e mais especificamente o assentamento Conquista no Litoral no que tange, sobretudo, a divisão do trabalho e a gestão democrática, a propriedade e o controle dos meios de produção e dos processos de trabalho, bem como da decisão da destinação e divisão dos resultados do trabalho na organização. Conclui-se que as práticas organizativas ocorrentes no assentamento Conquista no Litoral se assemelham em suas características a outras organizações coletivistas de trabalho, com efeito, a autogestão que ha, está limitada pelo mercado capitalista, isto é, embora se encontrem características autogestiondrias na organização, elas estão restringidas pelo contexto social que não permite o desenvolvimento pleno da autogestão. |