Abstract:
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Concebido a partir de uma experiência de estágio docente em tempos de inclusão, experiência marcada pela vivência das práticas, das estratégias e dos paradoxos da Educação Inclusiva, o presente trabalho se configura pela tentativa de pensar esse tema a partir de perspectivas outras que não sejam a da corriqueira aceitação e glorificação nem tampouco a da mera rejeição. Assim, sob a forma de um ensaio – um exercício de si no pensamento – e a partir de um movimento de problematização, esse trabalho trata a Educação Inclusiva como um dispositivo, isto é, tal como Foucault (2013) o define, um conjunto heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas e que tem uma função estratégica dominante. E, admitindo-a como um dispositivo, investiga à que urgências esse dispositivo responde, em qual saber ele se apoia, se ampara, e em que economia de poder ele se inscreve. A partir disso, indica dois efeitos que esse dispositivo produz: um efeito disciplinador do corpo e um efeito regulamentador da vida – efeitos que o caracterizam como um dispositivo biopolítico de governo. Por fim, procura apontar o que, com um dispositivo como a Educação Inclusiva operando em suas malhas, está a escola se tornando. |