Abstract:
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O presente trabalho analisa os discursos midiáticos do Grupo RBS sobre a greve dos trabalhadores do transporte coletivo da Grande Florianópolis em 2012. Para isso, problematiza-se o contexto sindical desses trabalhadores e do sindicalismo brasileiro, assim como a atual situação de mobilidade urbana e transporte coletivo no país. Tanto nas discussões sobre sindicalismo como nos debates sobre mobilidade urbana identifica-se uma conjuntura de crise. Compreende-se que o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo da Grande Florianópolis (SINTRATURB) tem um papel diferenciado dentro do atual movimento sindical, conseguindo organizar a luta dos trabalhadores do transporte coletivo nos seus interesses mais imediatos, mas também expandindo essa atuação para além das lutas estritamente corporativistas. Para tanto, utiliza greves e paralisações como forma de pressionar o empresariado. Através dessas práticas de enfrentamento, esses trabalhadores conseguem mudar radicalmente o cotidiano da cidade nos dias em que os ônibus do transporte coletivo não funcionam. A partir disso analisamos os discursos midiáticos produzidos pela RBS nos seus jornais televisivos diários os quais retratavam a greve de 2012. Situamos ainda brevemente questões relacionadas à atualidade dos meios de comunicação de massa no país, como a concentração desses meios e sua função política. Através das teorias de agendamento e enquadramento buscamos compreender o caráter ideológico desses discursos midiáticos que buscam criminalizar e deslegitimar a luta dos trabalhadores do transporte coletivo da grande Florianópolis. |