Abstract:
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Nos últimos anos, a proporção de automóveis em relação ao número de habitantes no município de Florianópolis (SC) tem crescido de forma considerável. As emissões veiculares, além das industriais, respondem por grande parte da quantidade de material particulado inalável (MP10) no ar, um poluente atmosférico cujas concentrações estão intimamente relacionadas com o aumento de internações devido a problemas cardiorrespiratórios. Existem alguns estudos que comprovam inclusive a relação entre o aumento da concentração desse poluente atmosférico e da incidência de câncer. Embora tenha tamanha importância, o monitoramento desse poluente ainda é muito tímido na maioria das cidades brasileiras, como é o caso de Florianópolis, onde não existe uma série histórica consolidada, com exceção da apresentada no presente trabalho. Para tal, foi instalado um Amostrador de Grande Volume (AGV) para coleta de MP10 no campus Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina, que providenciou as medidas de concentração de MP10. Em seguida, as concentrações foram comparadas a padrões de qualidade do ar nacionais e internacionais e relacionadas com parâmetros meteorológicos. Ao longo de dois anos e meio de monitoramento, a maior concentração média de 24 horas consecutivas de MP10 registrada na UFSC foi de 87 μg.m-3, valor inferior ao padrão de qualidade do ar em vigor no país. As análises mostraram que as maiores concentrações de MP10 ocorreram durante os períodos mais frios, especialmente ao longo dos solstícios de inverno, onde também foram registradas as maiores pressões atmosféricas. Foi observada uma moderada correlação negativa entre o MP10 e as precipitações diárias, ou seja, quanto maior a chuva nos dias de coleta, menores foram as concentrações de MP10. Além disso, observou-se uma significativa correlação positiva entre o MP10 e a pressão atmosférica média, provavelmente relacionada à formação de centros de alta pressão e a uma maior estabilidade atmosférica. PALAVRAS-CHAVE: Poluição atmosféri |