Abstract:
|
Delegada à condição de coadjuvante no sistema internacional após sua independência, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, a África do século XXI se apresenta ao mundo como um continente mais desenvolvido e com um modelo de inserção externa autônomo. Essa nova fase das relações internacionais africanas se situa em um contexto de emergência do Brasil, cujas prioridades externas se realocam das grandes potências e instituições multilaterais às relações “sul-sul”, e à busca por proeminência internacional. O governo Lula, que assume em 2003, credita à política externa uma grande importância, tratando-a como elemento primordial à consecução dos objetivos – internos e externos – brasileiros. A África, nesse período, deixa de ser um local de importância secundária para se tornar uma prioridade nas relações internacionais brasileiras. Apresentando-se ao continente como um país “irmão” e de passado semelhante, o Brasil invoca questões culturais e humanitárias, mas atua em conformidade com suas necessidades e ambições. A condição de “big player”, status adquirido por Brasília em sua inserção na África, lhe confere maior capacidade decisória e maior projeção global, constituindo-se como um mérito da política externa de Lula. |