Abstract:
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Buscou-se com a realização deste trabalho verificar como a temática da atenção à saúde das pessoas Trans tem sido abordada tanto em artigos acadêmicos quanto por militantes do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis, transexuais e Intersexo – LGBTT, trazendo a discussão a respeito do atrelamento do atendimento às necessidades trans-específicas ao diagnóstico de “transtorno de identidade de gênero”. Com este fim foram realizadas duas entrevistas em profundidade com pessoas Trans militantes, além de uma revisão da bibliografia produzida no Brasil sobre o tema da transexualidade e saúde. Assim, neste trabalho são abordados temas como: o questionamento ao laudo psiquiátrico como condição de acesso aos serviços de saúde e a proposta da despatologização das identidades; o processo transexualizador e as legislações que o regulamentam; e a integralidade do atendimento às pessoas trans nos serviços públicos de saúde. Nas considerações finais é relatado que a luta pela despatologização das identidades Trans deve apoiar-se na definição da Política de Saúde Integral com base nos princípios do SUS, que permite um alargamento na noção de Saúde que não mais é limitada a uma condição de ausência de doença. Ao a noção de Integralidade levar em conta as especificidades de cada sujeito, podese perceber que nem todos demandam os mesmos cuidados, e assim é possível refletir que pautar o atendimento das pessoas que transitam entre os gêneros na noção de “transexual verdadeiro” e na realização da Cirurgia de Redesignação Sexual seria fixar rigidamente as vivências de feminilidade e masculinidade às normas binárias de gênero que tem sua inteligibilidade alicerçada nos corpos sexuados. |