Abstract:
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O trabalho a seguir trata da concentração de indústrias de cerâmica de revestimento no sul do estado de Santa Catarina, ao redor da cidade de Criciúma. Essas formações industriais conhecidas como arranjos produtivos locais ganharam destaque a partir dos anos 1970 quando a euforia do pós 2ª guerra já arrefecia os mercados mundiais. A concentração de empresas de um determinado segmento em uma localidade específica foi tratada por diversos autores, entre eles o pioneiro Alfred Marshall. Foi a partir de casos ocorridos no norte da Itália que alastrouse pelo mundo o conceito de arranjos produtivos. Essa conformação produtiva é encontrada em algumas regiões do Brasil no que toca à indústria de revestimento cerâmico. A indústria brasileira de revestimento cerâmico está entre as maiores do mundo, tanto pela sua produção como pelo seu consumo. É atualmente a quarta maior produtora, com produção em 2006 na ordem de 594 milhões de m². Entretanto foi somente a partir dos anos 1990 que as exportações nacionais de cerâmica de revestimento passaram a apresentar valores relevantes. O arranjo produtivo de cerâmica no sul de Santa Catarina tem sido desde meados do século passado, protagonista neste segmento da indústria de transformação. Com a elevação da qualidade de seus produtos, obtida através dos investimentos feitos na década passada, boa parte da produção deste aglomerado tem sido exportada para os mais diversos países. Em 2005 o Brasil foi o 4º país em termos de exportações mundiais do produto, com 114 milhões de m² exportados. Porém, este espaço produtivo vem perdendo participação no mercado interno e externo para a produção cerâmica do interior do estado de São Paulo, que vê crescer o arranjo produtivo de Santa Gertrudes. Contudo, no sul de Santa Catarina essa indústria já encontra-se estruturada, com a presença de grandes empresas de revestimento cerâmico, rede de fornecedores e instituições de apoio. No atual momento tem o desafio de melhorar a distribuição e o marketing de seus produtos, com vistas a retomar o espaço perdido nos últimos anos. |