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Abstract:
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A presente dissertação investiga um processo considerado bem-sucedido de inclusão escolar por meio da sistematização da História de Vida de um sujeito que recebeu o diagnóstico de Síndrome do Autismo em sua infância. Todo o trabalho desenvolvido está sustentado em uma visão de homem dinâmico, que estabelece relações mediadas e mediadoras culturalmente, socialmente e historicamente constituídas e constituidoras dos olhares sobre as representações que se tem sobre as pessoas que ao longo de sua História de Vida receberam tal diagnóstico. Nesta perspectiva aborda os fazeres e pensares das escolas onde este sujeito com diagnóstico de Síndrome do Autismo travou suas relações educacionais e busca estabelecer uma linha de tempo que permita o olhar sobre o processo desde a matrícula na "escola especial" até sua inclusão na escola de "ensino regular". Este estudo parte de indagações formuladas pela pesquisadora no exercício da profissão docente, onde se deparou com constantes conflitos estabelecidos entre as concepções clínicas que embasavam o trabalho pedagógico, na década de 1980 e de 1990, e que observava nas ações dos alunos que haviam recebido diagnóstico de Autismo. As inquietações se materializavam cotidianamente na ausência de bibliografia produzida por pedagogos que propusessem leituras educacionais diferentes das consolidadas pelas visões mecanicistas. Naquele momento havia como única alternativa a leitura de produções elaboradas pela área clínica que se fundamentava em descrições do Autismo como uma "patologia", uma "doença", um "transtorno grave", as quais se alicerçavam em descrições de sintomas e prospectavam a incapacidade. Neste sentido, são analisadas questões relevantes e feitas reflexões acerca da chamada educação inclusiva e seus pressupostos, no intuito de produzir alguns possíveis indicativos sobre as estratégias de inclusão escolar observadas na História de Vida de Bruno, a qual foi sistematizada nesta pesquisa. |
