Abstract:
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Este estudo visa analisar a relação entre as condições de trabalho de operadores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição e o seu estado nutricional. Assuntos pertinentes ao tema como alimentação do trabalhador, condições de trabalho em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), gasto energético, consumo alimentar e ergonomia foram abordados no referencial teórico. Este trabalho foi desenvolvido em forma de estudo de caso, realizado em uma UAN que fornece cerca de 1550 refeições/dia, divididas em 4 turnos. Os sujeitos selecionados foram operadores do 1º turno e turno geral, atuantes nos sete principais setores da UAN. Como método utilizou-se a Análise Ergonômica do Trabalho, desenvolvendo as seguintes etapas: análise da demanda; análise da tarefa, análise da atividade; diagnóstico e caderno de encargos e recomendações ergonômicas. Para tanto, os instrumentos utilizados foram: observação direta, armada e normalizada das atividades realizadas; entrevista, tomada de medidas antropométricas; avaliação do estado nutricional, do gasto energético e do consumo alimentar dos operadores e, por fim, comparação, análise dos dados e recomendações. Fizeram parte do estudo sete operadores do sexo feminino e um do sexo masculino, com tempo de serviço na unidade entre 3 meses e 5 anos. Constatou-se que o trabalho realizado na UAN exige esforço físico moderado, movimentos repetitivos por longos períodos, carregamento e levantamento de peso esporádicos, postura em pé e deslocamentos durante a realização das atividades. As atividades ocupacionais dos operadores foram classificadas como moderada para sete operadores e leve para um operador. Porém, o Índice de Massa Corporal (IMC) eutrofia em dois operadores e sobrepeso em diferentes graus em seis operadores. A dieta consumida pela maioria dos operadores, caracteriza-se como hipercalórica, hiperprotéica, hiperlipídica e hipoglicídica, sendo que durante o lanche da manhã, todos os operadores consumiram algum tipo de carne, quase sempre gordurosa. Observou-se, também, o hábito de ingerir alimentos entre as refeições, possivelmente devido ao grande intervalo entre as refeições e ao contato direto com as preparações servidas. Desta forma, constatou-se que, apesar da realização das atividades na UAN requerer um gasto energético significativo, alguns condicionantes físicos e organizacionais podem estar contribuindo para o consumo alimentar excessivo e a ingestão de uma dieta desequilibrada. Portanto, encontraram-se evidências que, neste caso, as condições de trabalho estariam exercendo influência no estado nutricional do grupo de operadores estudados |