Autoimagem e autoestima das pessoas com estomia intestinal: um estudo qualitativo

Abstract

Introdução: a estomia intestinal acarreta mudanças físicas e emocionais que repercutem na autoimagem e na autoestima do indivíduo os quais devem ser estudados com frequência, assim questiona-se: de que forma as pessoas com estomia intestinal lidam com a autoestima e autoimagem? Objetivo: compreender como as pessoas com estomia intestinal lidam com a autoestima e autoimagem. Método: pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva, realizada em um hospital universitário do sul do Brasil, entre agosto e setembro de 2025, com pessoas com estomia intestinal. A coleta de dados realizou-se por meio de entrevista áudio gravada, com roteiro semiestruturado e consulta ao prontuário para complementar dados. A análise dos dados foi a temática e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, parecer número 7.748.716. Resultados: o estudo contou com 10 participantes, com idades entre 25 e 78 anos, sendo cinco homens e cinco mulheres. Predominou o ensino médio completo como nível de escolaridade. Entre os entrevistados, seis possuíam colostomia e quatro ileostomia, com tempo de confecção variando de um dia a nove anos. A principal causa foi a neoplasia colorretal. O projeto resultou no manuscrito intitulado “Vivências de pessoas com estomia intestinal: repercussões sociais na autoestima e autoimagem”. A partir da análise dos dados emergiram três categorias: emoções diante da vivência com a estomia intestinal, repercussões sociais na vida da pessoa com estomia intestinal e sentimentos no caminho de adaptação à pessoa com estomia intestinal. Evidenciando que os participantes apresentaram sentimentos ambíguos em relação à estomia, sendo eles positivos e negativos, bem como diferentes estratégias de enfrentamento, envolvendo adaptação e ressignificação da experiência, como também, a negação da condição e isolamento social. Considerações finais: o estudo permitiu estabelecer a forma como as pessoas com estomia intestinal lidam com a autoestima e a autoimagem, contribuindo para a qualificação do cuidado de enfermagem. Sugere-se novos estudos acerca da qualidade de vida e estratégias de fortalecimento da autoestima.

Introduction: Intestinal ostomy causes physical and emotional changes that affect the individual's self-image and self-esteem, which should be studied frequently. Therefore, the question is: how do people with intestinal ostomy deal with self-esteem and self-image? Objective: To understand how people with intestinal ostomies manage self-esteem and self-image. Method: Qualitative, exploratory, descriptive research conducted at a university hospital in southern Brazil between August and September 2025 with people with intestinal ostomies. Data collection was conducted through audio-recorded interviews with a semi-structured script and medical records for additional information. Data analysis was thematic, and the research was approved by the Human Research Ethics Committee of the Federal University of Santa Catarina under number 7.748.716. Results: The study included 10 participants, aged 25 to 78, five men and five women. The predominant level of education was high school diploma. Among the interviewees, six had colostomies and four had ileostomies, with the length of time since their procedure ranging from one day to nine years. The main cause was colorectal neoplasia. The project resulted in the manuscript entitled "Experiences of people with intestinal ostomies: social repercussions on self-esteem and self-image." Three categories emerged from the data analysis: emotions related to the experience with an intestinal ostomy, social repercussions on the life of the person with an intestinal ostomy, and feelings about adapting to the intestinal ostomy. This highlighted that the participants presented mixed feelings regarding the ostomy, both positive and negative, as well as different coping strategies, involving adaptation and reframing of the experience, as well as denial of the condition and social isolation. Final considerations: This study allowed us to understand how people with intestinal ostomies manage self-esteem and self-image, contributing to the improvement of nursing care. Further studies on quality of life and strategies for strengthening self-esteem are suggested.