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Abstract:
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A cultura do alho é afetada diretamente pela infestação de plantas daninhas ao longo de seu ciclo. Esse problema é agravado pela oferta limitada de herbicidas registrados e pela alta sensibilidade da cultura às injúrias. A escassez de latifolicidas adequados para aplicação em pré e pós-emergência dificulta ainda mais o controle. Neste sentido, essa pesquisa objetivou avaliar herbicidas de pré e pós-emergência que sejam seletivos para o alho e eficientes no controle das plantas daninhas. Os experimentos foram conduzidos em lavoura comercial, em Curitibanos – SC, na safra 2024, em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. O primeiro experimento avaliou herbicidas de pré-emergência, com nove tratamentos: pyroxasulfone - PYR (125 g ha-1), flumioxazin - FLU (80 g ha-1), PYR + FLU (120 + 80 g ha-1), s-metolahclor - S-MOC (960 g ha-1), S-MOC + fomesafen (517,8 + 113,8 g ha-1), prometryn (500 g ha-1), pendimethalin (1600 g ha-1), testemunha capinada e sem capina. A aplicação dos herbicidas ocorreu um dia após o plantio dos bulbilhos de alho. O segundo experimento avaliou herbicidas aplicados na pós-emergência. Foram testados onze tratamentos: ioxynil (75 g ha-1), linuron (45 e 90 g ha-1), oxyfluorfen (60 e 120 g ha-1), FLU (12,5 e 17,5 g ha-1), PYR + FLU (15 + 10 e 22,5 + 15 g ha-1), testemunha capinada e sem capina. Foram avaliadas a porcentagem de controle das plantas daninhas, componentes de rendimento, produtividade e classes dos bulbos de alho. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott Knott (p≤0,05). Em pré-emergência, os herbicidas FLU, PYR+ FLU e pendimethalin mostraram melhor controle e maior residual para todas as espécies, sendo seletivos para o alho.Os herbicidas linuron (90 g ha-1), oxyfluorfen (120 g ha-1), flumioxazin (12,5 e 17,5 g ha-1) e pyroxasulfone + flumioxazin (15 +10 e 22,5 + 15 g ha-1) aplicados na pós-emergência proporcionaram amplo espectro de controle, mostrando-se superiores ao ioxynil, principalmente para controle de Stellaria media e Rumex obtusifolius. O aumento de dose de linuron, oxyfluorfen e flumioxazin aumentou a eficiência de controle das plantas daninhas. Pensando em uma estratégia de manejo baseada nos resultados obtidos, para uma área de alho com infestação semelhante à ocorrida neste experimento, poderia ser considerado a aplicação de PYR + FLU na pré-emergência da cultura e das plantas daninhas. Aos 60 DAP iniciar uma aplicação de pós-emergência com FLU (17,5 g ha-1), PYR + FLU (15 + 10 g ha-1), linuron (90 g ha-1) ou oxyfluorfen (60 g ha-1). O único entrave deste manejo é a pouca ou praticamente nula alternância de mecanismos de ação, uma vez que FLU e oxyfluorfen são inibidores de protoporfirinogênio oxidase (PPO) e o PYR inibidor de ácidos graxos de cadeia longa. Esses mecanismos de ação são pouco utilizados em herbicidas para o alho, e se tornam mais uma alternativa de uso, principalmente na pré-emergência. |