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Abstract:
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O avanço da computação gráfica tem transformado de forma significativa os processos de concepção, representação e avaliação de projetos arquitetônicos. Entre essas inovações, destacam-se a realidade virtual (RV) e a realidade aumentada (RA), que vêm sendo aplicadas em diferentes contextos da arquitetura, incluindo o hospitalar, setor caracterizado por elevada complexidade projetual e impacto direto na experiência dos usuários. Inserido no projeto de pesquisa “Panorama das Tecnologias Gráficas Aplicadas à Arquitetura Hospitalar no país”, este trabalho teve como objetivo mapear o uso de RV e RA na arquitetura, com ênfase no planejamento e desenvolvimento de edifícios hospitalares. A metodologia contemplou, em um primeiro momento, o levantamento bibliográfico, a leitura e análise crítica de artigos sobre o tema. Em seguida, foram realizadas duas revisões de literatura complementares: uma revisão assistemática, voltada à compreensão conceitual da RV e RA e suas principais aplicações na arquitetura em geral, e uma revisão de escopo, cujo foco recaiu especificamente sobre estudos que aplicaram estas tecnologias à arquitetura hospitalar. A revisão assistemática revelou que a RV e a RA têm sido aplicadas principalmente em processos de concepção, análise e revisão projetual e no ensino de arquitetura. Já a revisão de escopo apontou que, embora o uso da RV seja crescente no contexto hospitalar, com aplicações desde a concepção inicial até intervenções e análise de edificações já existentes, a RA ainda aparece de forma pontual e pouco explorada. Além das revisões, o trabalho incluiu a colaboração na elaboração de um formulário para questionário online, destinado a mapear a percepção e o uso de recursos de computação gráfica (BIM, inteligência artificial, RV e RA) entre profissionais de arquitetura e engenharia hospitalar e estudantes de áreas afins, no Brasil. Os resultados obtidos até o momento demonstram que a RV se destaca como tecnologia em consolidação no campo da arquitetura hospitalar, com potencial de favorecer processos participativos e centrados no usuário, reduzir falhas projetuais e apoiar estratégias de humanização do ambiente. Já a RA, embora promissora, ainda carece de investigações mais sistemáticas no contexto hospitalar. O trabalho contribui, assim, para ampliar a compreensão sobre as possibilidades e limitações dessas tecnologias, apontar caminhos para profissionais que busquem introduzir-se nesta área, bem como identificar lacunas a serem superadas, inclusive no meio acadêmico, visando contribuir para sua consolidação na aplicação prática em arquitetura e engenharia no país. |