Abstract:
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O projeto “Os critérios editoriais e a narrativa múltipla do telejornal: do fluxo ao arquivo” teve como objetivo compreender como o Jornal Nacional adapta conteúdos para plataformas digitais — Instagram, X, Facebook, Globoplay e G1 — e quais critérios editoriais orientam esse processo. A escolha do telejornal se deve à sua relevância histórica no telejornalismo brasileiro e à ampliação de sua presença on-line. A pesquisa utilizou abordagem mista, combinando análise quantitativa de frequência e formatos de postagens com análise qualitativa da linguagem, da função dos repórteres e da estratégia de circulação. Foram realizadas duas etapas: a primeira examinou 29 edições do telejornal e 415 reportagens entre janeiro e fevereiro de 2025, período que coincide com o início do segundo mandato de Donald Trump, além das publicações no Instagram e no X. As postagens foram classificadas em quatro categorias: idênticas às veiculadas na TV, adaptadas (com cortes ou ajustes de formato), exclusivas (produzidas para redes sociais) ou chamadas/escaladas. A segunda etapa comparou o comportamento do JN no Instagram e no Facebook do dia 16 a 23 de maio dos anos de 2023, 2024 e 2025, com 385 matérias televisivas, 180 postagens no Instagram e 219 no Facebook. Os resultados apontam que o Instagram consolidou-se como a principal vitrine digital do JN: cerca de 70% das matérias foram reaproveitadas em vídeos curtos, acompanhados por hashtags, emojis e marcações que buscam engajamento. Entre 2023 e 2025, os conteúdos exclusivos cresceram 750% nessa rede, conferindo maior protagonismo aos repórteres e aproximando-os da função de testemunhas do fato. No Facebook, a adaptação mostrou-se mais lenta: houve redução de postagens em formato de links e maior uso de fotos e vídeos, mas com manutenção de uma linguagem mais formal. No Globoplay, predominam blocos integrais do telejornal, enquanto o G1 aprofunda as reportagens em texto, evidenciando funções distintas de cada plataforma. As atividades envolveram levantamento bibliográfico, coleta e sistematização de dados, análises qualitativas e quantitativas, além de participação em artigos, relatório final e reuniões do grupo. Conclui-se que o Jornal Nacional preserva sua identidade televisiva tradicional, mas ajusta formatos e narrativas às lógicas digitais, utilizando as redes sociais não como substitutas da TV, mas como espaços de circulação complementar e de atração de audiência para seus canais consolidados. |