Resumen:
|
Na presente pesquisa, desenvolvemos uma análise cartográfica sobre as estratégias de focalização no Português Brasileiro (PB), que modificam a estrutura de informação na gramática do PB. O trabalho foi fundamentado na abordagem da Cartografia Sintática (Rizzi, 1997; Belletti, 2004; Cinque & Rizzi, 2010; Shlonsky, 2010; Rizzi & Cinque, 2016), que visa a descrição das projeções funcionais hierarquicamente organizadas das sentenças de línguas naturais, por meio do desenho de “mapas” das estruturas sintáticas. Para a cartografia, a sintaxe deve enviar pistas para que a sentença seja interpretada corretamente pelos componentes fonético (PF) e semântico (LF). A partir disso, o alvo desta pesquisa é a focalização, mais especificamente as estruturas que apresentam o verbo ser (cópula) como uma partícula marcadora de foco, chamadas de sentenças-ser. Advogamos que uma análise que unifica este tipo de estrutura com as pseudoclivadas (Costa e Duarte, 2003) não é suficiente para explicar a estrutura das sentenças-ser, considerando suas diferentes propriedades (Mioto, 2012; Kato e Mioto, 2016). Encontramos dados nas redes sociais e na literatura que fornecem evidências para a ativação de uma periferia baixa, a periferia-vP (Belletti, 2004), e de uma projeção SelfP (Shlonsky, 2024) para alojar o foco nas sentenças-ser. Além disso, os dados mostram que tanto um contexto de foco de informação nova quanto um contexto de foco contrastivo são gramaticais nas sentenças-ser, o que nos levou a propor duas representações estruturais, uma na periferia-vP, para o foco informacional, e outra na periferia esquerda, para o foco contrastivo. |