Síndrome de Burnout em Profissionais de Enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva de Florianópolis: Avaliação Quantitativa

Abstract

Introdução: a síndrome de burnout é um fenômeno ocupacional que afeta diretamente a saúde física e mental dos profissionais de enfermagem, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde a elevada carga de trabalho, os dilemas éticos e o contato frequente com situações críticas intensificam o risco de adoecimento. A análise da relação entre o burnout e o ambiente de prática pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e melhoria das condições de trabalho. Objetivo: analisar a prevalência de burnout em profissionais de enfermagem que atuam em UTIs adulto da região da Grande Florianópolis e compreender suas percepções acerca da relação entre ambiente de prática profissional e a síndrome. Metodologia: Este estudo corresponde à etapa quantitativa de um projeto de pesquisa de métodos mistos, desenvolvido em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto de hospitais públicos da Grande Florianópolis. Nessa etapa, foram aplicados o Maslach Burnout Inventory – Health Services Survey (MBI-HSS), para caracterizar a síndrome de burnout, e o Nursing Work Index – Revised (NWI-R), para avaliar o ambiente de prática profissional. Os dados quantitativos estão sendo analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, enquanto a etapa qualitativa, pertencente ao projeto maior, será avaliada posteriormente por análise temática de conteúdo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, em conformidade com a Resolução CNS nº 466/2012. Resultados (parciais): até o momento, foram coletados dados de 52 profissionais de enfermagem (14 enfermeiros e 38 técnicos de enfermagem). Os resultados iniciais indicam níveis elevados de exaustão física e emocional entre os participantes, com associação significativa entre maior carga de trabalho e menores índices de realização profissional. No ambiente de prática, destacam-se fragilidades na participação da equipe nas decisões institucionais e na percepção de apoio da gestão. No instrumento emergiram relatos sobre sobrecarga emocional, sentimento de desvalorização e falta de suporte psicológico. Conclusão: os achados parciais reforçam a relevância de se considerar o ambiente de prática como fator determinante para a saúde mental dos profissionais de enfermagem em UTI. A continuidade da pesquisa poderá subsidiar políticas institucionais de suporte e estratégias de enfrentamento, com potencial para reduzir o burnout e melhorar a qualidade da assistência.