Hipertrofia regional nos extensores e flexores de cotovelo: Uma revisão narrativa

Abstract

O treinamento contra resistência é amplamente utilizado tanto para fins estéticos quanto para promoção da saúde, e um dos principais resultados desse tipo de abordagem é a hipertrofia da musculatura estriada esquelética. Esse fenômeno caracteriza-se pelo aumento do tamanho das fibras musculares, resultado de um balanço positivo entre síntese e degradação proteica; pode ser induzido por diferentes vias, como o estresse metabólico e a tensão mecânica. Estudos recentes indicam a possibilidade de “regionalizar” as respostas hipertróficas, ou seja, direcionar o crescimento muscular para áreas específicas de um músculo, embora os mecanismos envolvidos ainda não estejam completamente esclarecidos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo revisar a literatura sobre hipertrofia regional nos flexores e extensores de cotovelo. O estudo é caracterizado como uma revisão narrativa da literatura de abordagem bibliográfica, e foram utilizadas as bases de dados LILACS, Scielo, Google Acadêmico e PubMed. Após a busca foram incluídos 7 estudos, em que os principais achados apontaram que diferentes configurações para realizar um movimento podem levar a regionalização da hipertrofia, o que pode estar associado tanto a aspectos arquitetônicos dos músculos, quanto à cinesiologia associada aos movimentos avaliados. Diferentes graus de flexão de ombro parecem promover hipertrofia em magnitudes distintas, e o exercício supino parece não promover hipertrofia da cabeça longa do tríceps braquial. A combinação de uma puxada aberta com a rosca direta parece promover mais hipertrofia da região proximal do bíceps braquial, e sobre os exercícios unilaterais parece que combinar diferentes posições dos ombros pode ser mais interessante do que utilizar apenas uma rosca direta visando hipertrofia dos flexores de cotovelo como um todo. Entende-se então que hipertrofia regional é, de fato, evidenciada na literatura em diferentes contextos, e que variar entre exercícios uniarticulares e multiarticulares, e utilizar diferentes configurações para os uniarticulares podem ser estratégias interessantes para promover hipertrofia dos flexores e extensores de cotovelo como um todo.