Asbestose e neoplasias associadas à exposição ocupacional ao asbesto/amianto

Abstract

O asbesto, em todas as suas formas, é classificado como substância carcinogênica aos seres humanos, e a sua exposição ocupacional está diretamente associada ao desenvolvimento de doenças de caráter progressivo, como asbestose e neoplasias, como câncer de pulmão e mesotelioma maligno (MM). Além de representar um dos principais fatores de risco em ambientes de trabalho, este mineral gera um impacto relevante na morbimortalidade global e compromete de modo significativo a qualidade de vida dos trabalhadores. Em vista desses riscos, diversos países implementaram medidas para o banimento do uso de asbesto; porém, no Brasil, essa proibição foi adotada somente em 2017. Por conseguinte, as doenças relacionadas a este mineral permanecem subdiagnosticadas e subnotificadas. O longo período de latência dessas enfermidades, dificulta a detecção precoce e o estabelecimento de uma associação causal direta entre a exposição ocupacional e o surgimento da doença, resultando em um atraso no diagnóstico e no início do tratamento. Ademais, destaca-se a alta letalidade, principalmente do mesotelioma pleural maligno, o qual mesmo com o tratamento, apresenta uma taxa de sobrevida reduzida. Portanto, o diagnóstico deve ser realizado com base em uma avaliação abrangente da história ocupacional de exposição, associada aos aspectos clínicos, radiológicos e histológicos, além da combinação de outras metodologias complementares, assegurando um diagnóstico definitivo e preciso.

All forms of asbestos are classified as carcinogenic to humans, and occupational exposure is directly associated with the development of progressive diseases, such as asbestosis and neoplasms, including lung cancer and malignant mesothelioma (MM). In addition to being one of the main occupational risk factors, this mineral has a significant impact on global morbidity and mortality and severely affects the quality of life of exposed workers. Thus, several countries have implemented measures to ban the use of asbestos; however, in Brazil, this prohibition was only adopted in 2017. Consequently, diseases related to this mineral remain underdiagnosed and underreported. The long latency period of these illnesses hampers early detection and the establishment of a direct causal link between occupational exposure and disease onset, resulting in delayed diagnosis and initiation of treatment. Moreover, these diseases are marked by high lethality, particularly malignant pleural mesothelioma, which, even with treatment, continues to show low survival rates. Therefore, diagnosis should be based on a comprehensive assessment of the patient’s occupational exposure history, combined with clinical, radiological, and histopathological findings, as well as complementary diagnostic methods, to ensure a definitive and accurate diagnosis.