Yoga no ensino da geografia humanista: uma proposta metodológica transdisciplinar

Abstract

Esta pesquisa investiga a fragilidade do bem-estar emocional no ambiente escolar e questiona a eficácia das metodologias convencionais de Geografia, ao formular a hipótese de que práticas meditativas do Yoga ampliam a percepção espacial, fortalecem a empatia e promovem o desenvolvimento cognitivo e emocional. Para tanto, adota-se metodologia em duas fases: inicialmente, realiza-se levantamento bibliográfico para identificar desafios emocionais no contexto escolar e lacunas do ensino tradicional de Geografia; na etapa subsequente, elabora-se um Plano de Ensino transdisciplinar estruturado em cinco aulas temáticas que integram técnicas de respiração, visualização, elaboração de mapas mentais, autossugestão e dinâmicas de grupo. O Plano fundamenta-se em quatro áreas inter-relacionadas: a Geografia Humanista-Fenomenológica, que valoriza a experiência subjetiva e as interações culturais; as Práticas Meditativas do Yoga, que transformam conceitos abstratos em vivências concretas de bem-estar; os Saberes Essenciais para uma Educação do Futuro de Edgar Morin, que orientam a construção de uma cultura de paz; e a Neurociência, que embasa os efeitos das práticas meditativas no desenvolvimento cognitivo e emocional. Nas discussões, sintetiza-se que cada aula definiu objetivos pedagógicos claros, sustentou-se em fundamentação teórica consistente, estruturou etapas de atividades, selecionou técnicas e métodos de avaliação e programou momentos de reflexão coletiva. Além disso, observa-se que o papel do professor como facilitador se torna fundamental para o sucesso das práticas, devendo ele mediar a introspecção individual e guiar o diálogo coletivo. Verifica-se ainda que as práticas meditativas se articularam com reflexões sobre espaço, valores e convivência, ajustando a linguagem e o ritmo das atividades ao perfil dos alunos. A análise evidencia que o processamento sensorial, a construção de significados espaciais, a autossugestão e a conscientização energética exercem papel central na transformação da percepção estudantil, promovendo atenção plena, regulação emocional e ampliação da empatia. Os resultados demonstram que a integração do Yoga ao ensino de Geografia, alicerçada em abordagem humanista, potencializa a percepção espacial e fortalece a empatia, contribuindo para o bem-estar cognitivo e emocional dos alunos e para a formação de cidadãos críticos e engajados, capazes de intervir positivamente em seu ambiente. Embora esta pesquisa não tenha caráter experimental, a convergência entre a literatura existente e as análises dos protocolos de aula indica que práticas meditativas podem ser implementadas com efetividade para enfrentar desafios contemporâneos no contexto educacional. Subjacente a esta proposta está a convicção de que a educação deve ultrapassar a mera transmissão de conhecimentos, promovendo experiências vivenciais que aproximem o aluno de sua própria subjetividade e do seu entorno social e ambiental. Em suma, esta investigação oferece base sólida para futuras intervenções e pesquisas direcionadas à promoção de uma cultura de paz e ao respeito mútuo no âmbito escolar.

Abstract: This study investigates the fragility of students? emotional well-being in the school environment and questions the effectiveness of conventional geography teaching methods by hypothesizing that Yoga?s meditative practices enhance spatial awareness, strengthen empathy, and foster cognitive and emotional development. To this end, it adopts a two-phase methodology: first, a bibliographic review identifies emotional challenges within schools and gaps in traditional geography instruction; subsequently, a transdisciplinary Teaching Plan is developed, structured around five thematic lessons that integrate breathing techniques, visualization, mental mapping, autosuggestion, and group dynamics. The Plan rests on four interrelated pillars: Phenomenological Humanist Geography, which values subjective experience and cultural interaction; Yoga?s Meditative Practices, which translate abstract concepts into concrete well-being experiences; Edgar Morin?s Essential Learnings for Education of the Future, which guide the construction of a culture of peace; and Neuroscience, which underpins the effects of meditative practices on cognitive and emotional development. The discussions synthesize that each lesson establishes clear pedagogical objectives, is grounded in robust theory, structures sequential activity stages, selects appropriate techniques and assessment methods, and schedules collective reflection. Moreover, the teacher?s role as facilitator emerges as crucial, mediating individual introspection and guiding collective dialogue. It is further noted that meditative practices seamlessly integrate reflections on space, values, and coexistence, adapting language and pacing to students? profiles. Analysis reveals that sensory processing, the construction of spatial meanings, autosuggestion, and energetic awareness play central roles in transforming student perception, promoting mindfulness, emotional regulation, and enhanced empathy. The results demonstrate that integrating Yoga into geography instruction - anchored in a humanist approach - amplifies spatial awareness and bolsters empathy, thereby contributing to students? cognitive and emotional well-being and to the formation of critical, engaged citizens capable of positively shaping their environment. Although this research is not experimental, the convergence of existing literature and classroom protocol analyses indicates that meditative practices can be effectively implemented to address contemporary challenges in education. Underlying this proposal is the conviction that education must transcend mere knowledge transmission by fostering lived experiences that connect students with their own subjectivity and with their social and environmental surroundings. In sum, this investigation provides a solid foundation for future interventions and research aimed at promoting a culture of peace and mutual respect in schools.