Modelo teórico sobre as experiências e significados da atuação do enfermeiro na redução da mortalidade infantil com base na tecnologia da territorialização por georreferenciamento

Abstract

Introdução: A mortalidade infantil é um indicador importante da saúde de uma população, intimamente ligado a determinantes sociais como acesso a serviços de saúde, qualidade da nutrição e condições socioeconômicas. Este coeficiente varia por território, sendo mais elevado em áreas com infraestrutura de saúde deficiente e menor acesso a recursos básicos. Objetivo: Desenvolver um modelo teórico sobre a experiência e o significado da atuação do Enfermeiro na redução da mortalidade infantil utilizando a tecnologia de georreferenciamento, tendo como referencial teórico-filosófico a Teoria da Complexidade de Edgar Morin. Método: trata-se de um estudo qualitativo, tendo como referencial teórico-metodológico a Teoria Fundamentada em Dados (Grounded Theory). A coleta de dados ocorreu no período entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025 por meio de entrevista não estruturada conforme a Teoria Fundamentada em Dados, com um total de 48 participantes: 18 Enfermeiros, 18 gestores da atenção primária à saúde e 12 gestantes e puérperas, nos 18 municípios da Serra Catarinense. O processo analítico incluiu codificação aberta, axial e seletiva Resultados: Desenvolveu-se um modelo teórico sobre a atuação do Enfermeiro na redução da mortalidade infantil por meio da territorialização da APS. Este modelo é sustentado por dez categorias que abordam a atuação de Enfermeiros na linha materno-infantil, suas experiências no cuidado às gestantes e puérperas, além de sentimentos e frustrações diante do óbito infantil. O gerenciamento de informações e percepções sobre o uso do mapa territorial foram destacados pelos gestores, assim como as vivências das gestantes com a Atenção à Saúde e o relacionamento com os Enfermeiros. Os resultados são apresentados sob a forma de cinco manuscritos, que demonstram como a utilização do georreferenciamento no pré-natal, puerpério e puericultura amplia a eficácia das intervenções. Essa abordagem não apenas reduz indicadores de mortalidade, mas também fortalece o papel do Enfermeiro como agente transformador e demonstra que a utilização da territorialização deve ser resgatada de forma ampla e utilizada como tecnologia de apoio na tomada de decisão para reduzir a mortalidade infantil. Considerações finais: Os Enfermeiros, por meio de suas experiências informadas pelo território, podem desenvolver estratégias mais adequadas à realidade da população, ajudando na diminuição da mortalidade infantil e na adaptação às novas condições. As gestantes e puérperas valorizam a presença do Enfermeiro, pois isso gera vínculo e confiança, embora muitas não soubessem que poderiam receber atendimento por meio de consultas com esse profissional. Os gestores também são encorajados a adotar um modelo de gestão que priorize a integração e atualização de dados, melhorando o planejamento das ações de saúde e contribuindo para a promoção da saúde infantil. Assim, a pesquisa sugere que um enfoque na territorialização e na valorização do trabalho do Enfermeiro pode ser fundamental para enfrentar desafios relacionados à mortalidade infantil.

Abstract: Introduction: Infant mortality is an important indicator of a population's health, closely linked to social determinants such as access to health services, quality of nutrition, and socioeconomic conditions. This coefficient varies by territory, being higher in areas with poor health infrastructure and less access to basic resources. Objective: To develop a theoretical model on the role of Nurses in reducing infant mortality, using georeferencing technology. Method: The theoretical-methodological framework adopted was the Grounded Theory, in combination with Edgar Morin's Complexity Theory. Data collection took place between October 2024 and February 2025 through unstructured interviews according to the TFD, with a total of 48 participants: 18 nurses, 18 primary health care managers and 12 pregnant and postpartum women, in the 18 municipalities of Serra Catarinense. The analytical process included open, axial and selective coding. Results: resulting in the theoretical model on the role of Nurses in reducing infant mortality through the territorialization of PHC. This model is supported by ten categories that address the role of Nurses in the maternal and child line, their experiences in caring for pregnant and postpartum women, as well as feelings and frustrations regarding infant death. The management of information and perceptions about the use of the territorial map were highlighted by the managers, as well as the experiences of pregnant women with Health Care and the relationship with Nurses. The results are presented in the form of five manuscripts, which demonstrate how the use of georeferencing in prenatal, postpartum and childcare increases the effectiveness of interventions. This approach not only reduces mortality indicators, but also strengthens the role of the Nurse as an agent of transformation and demonstrates that the use of territorialization should be widely rescued and used as a support technology in decision-making to reduce infant mortality.Final considerations: Nurses, through their experiences informed by the territory, can develop strategies that are more appropriate to the reality of the population, helping to reduce infant mortality and adapt to new conditions. Pregnant and postpartum women value the presence of nurses, as this generates bonds and trust, although many were unaware that they could receive care through consultations. Managers are also encouraged to adopt a management model that prioritizes the integration and updating of data, improving the planning of health actions and contributing to the promotion of child health. Thus, the research suggests that a focus on territorialization and the valorization of the work of nurses can be fundamental to face challenges related to infant mortality.