Propriedades psicométricas da Escala de Estresse no Trabalho (EET) com base na Teoria de Resposta ao Item: um estudo com docentes da educação básica em Florianópolis-SC

Abstract

Este estudo teve como objetivo analisar as propriedades psicométricas da Escala de Estresse no Trabalho, em docentes da educação básica da rede municipal de ensino de Florianópolis/SC, tendo como foco verificar sua eficácia como instrumento para medir alguns estressores ocupacionais a que esses profissionais possam estar sujeitos. O método usado para atingir esse objetivo foi a utilização de uma survey exploratória na qual, como técnica estatística, foram usadas na análise dos dados a Teoria de Resposta ao Item e Análise Fatorial. A seleção da amostra foi feita por conveniência, sendo pesquisados 382 participantes dos encontros de formação continuada. Como principais resultados destacam-se o fato de não haver sido verificadas correlações entre idade, sexo, tempo de serviço ou etapa da educação básica onde o docente atua com os estressores representados em cada item do instrumento. Nesta amostra o sexo predominantemente foi o feminino, com idade média de 44 anos, trabalhando a 9 anos na rede e atuando no ensino fundamental ? anos iniciais. A Análise Fatorial apontou apenas um fator explicando mais de 51% da variância dos itens e a calibração dos itens pela Teoria de Resposta ao Item apresentou itens com boa discriminação variando entre 0,76 e 2,14 e a Curva de Informação do Teste mostrou concentração de informação em torno da média e distribuição regular à direita e à esquerda da curva com menor desvio padrão entre os valores de ?=-3,5 e ?=3,5, considerando a escala (0,1). Assim, avaliou-se que as propriedades psicométricas da Escala e Estresse no Trabalho permitem que esta seja usada na avaliação do estresse ocupacional de docentes da educação básica. Por fim, como principal contribuição deste estudo, resultou a formação de uma métrica que permite esta aplicação deste instrumento, usando a Teoria de Resposta ao Item, a docentes da educação básica.

Abstract: This study aimed to analyze the psychometric properties of the Work Stress Scale applied to basic education teachers in the municipal school system of Florianópolis, Brazil. The primary objective was to assess the scale?s effectiveness as an instrument for measuring certain occupational stressors to which these professionals may be exposed. To achieve this aim, an exploratory survey was conducted, employing Item Response Theory (IRT) and Factor Analysis as statistical techniques for data analysis. The sample was selected by convenience, comprising 382 participants from continuing education training sessions. Among the main findings, no correlations were identified between age, gender, years of service, or the educational stage in which the teacher works and the stressors represented in each item of the instrument. In this sample, the majority of participants were female, with a mean age of 44 years, an average of 9 years working in the school system, and teaching in the early years of elementary education. Factor Analysis revealed a single factor accounting for more than 51% of the variance in item responses. Item calibration using IRT indicated good item discrimination, ranging from 0.76 to 2.14. The Test Information Curve showed a concentration of information around the mean, with a regular distribution to the right and left of the curve and a lower standard deviation within the ? range of -3.5 to 3.5, based on the (0,1) scale. Therefore, it was concluded that the psychometric properties of the Work Stress Scale support its use in assessing occupational stress among basic education teachers. As the main contribution of this study, a metric was developed that allows the application of this instrument?through Item Response Theory?to basic education teachers.