Bicicleta para futuros possíveis?: Mobilidade e integração modal no aglomerado de Maringá, Sarandi e Paiçandu (PR)

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Bicicleta para futuros possíveis?: Mobilidade e integração modal no aglomerado de Maringá, Sarandi e Paiçandu (PR)

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Title: Bicicleta para futuros possíveis?: Mobilidade e integração modal no aglomerado de Maringá, Sarandi e Paiçandu (PR)
Author: Barbiero, Laís Carla da Silva
Abstract: O aglomerado metropolitano de Maringá, Sarandi e Paiçandu tem sua formação sócio-espacial efetivada a partir de um empreendimento imobiliário, cuja venda de terras e, posteriormente, da cidade polo, foi o mote desde sua gênese. Sob a lógica do empreendedorismo urbano, há indícios evidentes de que foram utilizadas estratégias que a partir de 1980 puderam ser identificadas como pertencentes ao marketing urbano no sentido da idealização de uma imagem de cidade competitiva com outras. Esta lógica foi utilizada ao longo das décadas, com a participação de agentes privados hegemônicos no enaltecimento de um planejamento urbano voltado para os interesses do empresariado local, fortemente imbricado no setor público. Na mobilidade urbana essa influência não foi diferente, sobretudo com relação à bicicleta. A ciclovia da Avenida Brasil, importante marco para a implantação de outras infraestruturas cicloviárias pela cidade de Maringá, só foi possível através de um embate entre agentes hegemônicos e os atores sociais representados pelos cicloativistas. A elite de Maringá não abraçou a ideia dos transportes ativos, a não ser a partir do momento em que a cidade apareceu no ranking que posicionava uma de suas ciclovias no cenário competitivo de cidades. No entanto, a imagem que estas estruturas trazem são pensadas somente no sentido de manter a alegoria de uma cidade moderna, que não contempla os trabalhadores da periferia e das cidades vizinhas que mais utilizam a bicicleta como meio de transporte, ao passo que vende a imagem de cidade verde e sustentável. A integração modal, também utilizada como forma de incentivar os transportes ativos e coletivos, está presente na cidade polo de forma tímida e não planejada, enquanto a divisão modal continua apontando para a utilização do veículo automotor individual como principal meio de transporte na região. O presente trabalho teve como objetivo analisar a relação da mobilidade e o papel socioeconômico da bicicleta com a produção e organização dos municípios na área conurbada de Maringá, Sarandi e Paiçandu, a fim de identificar as contradições entre as demandas de deslocamento da classe trabalhadora e as políticas e infraestruturas cicloviárias voltadas para o marketing urbano e às classes de maior renda. Neste sentido, foi possível comprovar a tese de que a área conurbada, que tem como polo principal a cidade de Maringá, concebida pela lógica da cidade-mercadoria, obedece à influência de agentes hegemônicos locais e externos, os quais não incorporaram a ideia dos transportes ativos e integrados ao sistema público coletivo enquanto relevantes para a produção e reprodução do capital, a não ser no sentido de fomentar uma ?modernidade conservadora? que visa o marketing urbano e a venda de uma imagem de cidade supostamente sustentável.Abstract: The metropolitan cluster of Maringá, Sarandi, and Paiçandu has its socio-spatial shaping based on a real estate venture, whose sales of land and, later, the main city, has been the driving force since its inception. Under the logic of urban entrepreneurship, there is clear evidence that strategies belonging to urban marketing have been used since the 1980s to create a competitive city image. This logic has been utilized over the decades with the participation of hegemonic private agents in promoting urban planning focused on the interests of the local business community, heavily intertwined with the public sector. In terms of urban mobility, this influence is also evident, especially regarding bicycles. The bike lane on Avenida Brasil, an important milestone for the implementation of other cycling infrastructures throughout Maringá, was only possible after a clash between hegemonic agents and social actors represented by cycling activists. Maringá's elite did not embrace the idea of active transportation until the city appeared in a ranking positioning one of its bike lanes in the competitive city scenario. However, the image these structures conjure up is designed only to support the allegory of a modern city, which does not include workers from the outskirts and neighboring cities who mostly use bicycles as a means of transportation, while selling the image of a green and sustainable city. Modal integration, also used as a way to encourage active and collective transportation, is present in the central city in a limited and unplanned manner, while modal division continues to favor the use of individual motor vehicles as the main mode of transportation in the region. The present work aimed to analyze the relationship between mobility and the socioeconomic role of bicycles with the establishment and arranging of cities in the conurbation area of Maringá, Sarandi, and Paiçandu, in order to identify the contradictions between the mobility demands of the working class and the urban marketing-oriented cycling policies and infrastructures aimed at higher-income classes. In this sense, it was possible to confirm the thesis that the conurbation area, whose main hub is the city of Maringá, follows the logic of the commodity-city, influenced by local and external hegemonic agents who have not incorporated the idea of active and integrated transportation into the public collective system as relevant for the production and reproduction of capital, except to promote a ?conservative modernity? aimed at urban marketing and selling the image of a so-called sustainable city.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2025.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/265554
Date: 2025


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