Abstract:
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Introdução: Os erros de medicamentos são atualmente um problema
mundial de saúde pública, sendo os erros de prescrição os mais sérios
dentre os que ocorrem na utilização de medicamentos. Embora a maioria
dos medicamentos possuam uma margem terapêutica segura, alguns
fármacos conhecidos como medicamentos potencialmente perigosos
(MPP) tem risco inerente de lesar o paciente quando existe falha no
processo de utilização. Os erros com esses medicamentos quando
ocorrem, geralmente são de severidade alta e podem levar a lesões
permanentes ou fatais O objetivo desse estudo foi identificar problemas
relacionados à prescrição de MPP na prática assistencial de uma unidade
de emergência hospitalar. Métodos: Estudo transversal descritivo
abrangendo 693 prescrições com MPP. Durante 90 dias de 2011 foram
analisadas as prescrições do serviço de emergência de um hospital
universitário de SC. As prescrições foram analisadas quanto a:
legibilidade, nome do paciente, tipo de prescrição, data, identificação do
prescritor e análise do MPP de acordo com as variáveis de legibilidade
do nome do MPP, forma farmacêutica, dose, via de administração,
intervalo, taxa de infusão, denominação genérica e abreviaturas
relacionadas à dose. Os erros de prescrição foram classificados como do
tipo redação, que são os erros relacionados à escrita da prescrição e do
tipo decisão, relacionados aos conhecimentos do prescritor. Resultados:
Essa análise mostrou o predomínio das prescrições digitadas (59,5%).
Em 7,1% das prescrições ocorreram erros no nome do paciente, 1,1%
das prescrições estavam pouco legíveis ou ilegíveis. No total de 789
MPP prescritos, foram observados 1387 erros, sendo mais frequente
erros do tipo redação (98,3%), principalmente a omissão de informações
como a forma farmacêutica (91,6%) e taxa de infusão (74%),
principalmente no medicamento tramadol. Dentre os erros do tipo
decisão, o mais frequente foi relacionado à concentração da dose
(47,8%), principalmente na prescrição de digoxina (36,3%). O segundo
erro de decisão mais detectado foram os relacionados à prescrição do
intervalo do MPP (39,1%), predominando os erros com o cloreto de
potássio (8,6%). Quando analisados todos os tipos de erros de
prescrições, verificou-se que estes se concentraram principalmente nos
medicamentos tramadol (31,7%), heparina (25,2%) e morfina (12,6%).
A maioria (74,4%) dos MPP foi prescrita pela sua denominação
genérica. Foi registrado o uso de abreviaturas relacionadas à dose em
93,8%. A média de número de erros com MPP por prescrição foi de
1,76. Conclusão: A maior parte dos erros de prescrição é do tipo
redação principalmente omissão de informação como a forma
farmacêutica e a taxa de infusão. Os erros do tipo decisão apareceram
em pequena proporção, sendo erros de concentração da dose os mais
detectados. É interessante que o perfil de erros de prescrição dos MPP
no presente hospital seja constantemente avaliado, para se criar
estratégias para a redução de erros de prescrição, contribuindo para a
promoção da segurança do paciente dentro do serviço de emergência e
do ambiente hospitalar como um todo. |