Title: | Controle glicêmico em pacientes críticos e conhecimento de médicos e enfermeiros: estudo transversal |
Author: | Lorençoni, Beatriz de Padua |
Abstract: |
Introdução: O paciente crítico apresenta alterações fisiopatológicas decorrente de sua patologia de base e do processo adaptativo às intervenções realizadas no período de agudização da patologia, apresentando um estado hipermetabólico caracterizado pela elevação do consumo de energia, resistência celular à ação da insulina e elevação da glicemia. Seguindo em consenso com a American Association of Clinical Endocrinologists (AACE) e American Diabetes Association (ADA), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), estabeleceu que as metas de níveis glicêmicos devem variar entre 140 e 180 mg/dl. Sendo assim, o estudo tem como objetivo avaliar como o controle glicêmico intensivo está sendo realizado em uma UTI Geral em um hospital universitário de Santa Catarina e avaliar o conhecimento da equipe multiprofissional de uma UTI Geral em um hospital universitário de Santa Catarina quanto ao controle glicêmico intensivo em Terapia Intensiva. Método: Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado com pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva de um hospital público, localizado em um município da região sul do Brasil. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, sendo a primeira no período de abril de 2022 a setembro de 2022 em prontuários de 78 pacientes, e a segunda entre junho de 2024 a setembro de 2024, contando com 72 participantes, através de um questionário de conhecimento sobre o controle glicêmico no paciente crítico. Resultados: O estudo acompanhou o controle glicêmico dos 78 pacientes que compuseram a amostra pelo período de 72 horas (D1, D2 e D3) e nos quais foram realizados 994 hemoglicotestes. A média total dos valores glicêmicos aferidos foi de 127,64 mg/dl; a frequência de verificações glicêmicas a cada 4h foi a prescrita em 56,3% das vezes; e valores abaixo de 140 mg/dl em 72,5% das verificações. As correções de hipoglicemias foram realizadas em 46 verificações, sendo utilizadas quatro ampolas de glicose hipertônica 50% em 26 (56,3%) correções. Já as correções das hiperglicemias foram realizadas em 114 verificações. Destas, 59 (51,8%) foram corrigidas com duas unidades de insulina regular. Quanto ao conhecimento do controle glicêmico, a média de tempo de experiência em UTI foi de 9,78 anos e a mediana foi de 5,0 anos, com intervalo interquartil entre 3 a 7 anos. Quanto às questões de conhecimento específicas, a média é de 7,15 acertos, com desvio padrão de 1,46. Conclusão: O controle glicêmico intensivo foi realizado com frequência de verificações glicêmicas a cada 4 e 6 horas, com média de glicemia de 127,64 mg/dl, sendo realizadas poucas correções em pacientes em estado hipoglicêmico e hiperglicêmico. Os pacientes foram mantidos em glicemias abaixo da meta glicêmica estabelecida pela Sociedade Brasileira de Diabetes de 140-180 mg/dl, favorecendo o estado hipoglicêmico destes pacientes nas primeiras 72 horas de internação na Unidade de Terapia Intensiva. Os profissionais da equipe de enfermagem e médica possuem um conhecimento deficitário quanto ao controle glicêmico em pacientes críticos, e o tempo de experiência em UTI e formação profissional não apresentam relação com o nível de conhecimento. Abstract: Introduction: Critically ill patients present pathophysiological changes resulting from their underlying pathology and the adaptive process to interventions performed during the exacerbation period of the pathology, presenting a hypermetabolic state characterized by increased energy consumption, cellular resistance to the action of insulin, and elevated blood glucose levels. Following a consensus with the American Association of Clinical Endocrinologists (AACE) and the American Diabetes Association (ADA), the Brazilian Diabetes Society (SBD) established that blood glucose level targets should vary between 140 and 180 mg/dl. Therefore, the study aims to evaluate how intensive glycemic control is being performed in a General ICU in a university hospital in Santa Catarina and to evaluate the knowledge of the multidisciplinary team of a General ICU in a university hospital in Santa Catarina regarding intensive glycemic control in Intensive Care. Method: This is a descriptive cross-sectional study carried out with adult patients admitted to the intensive care unit of a public hospital, located in a city in the southern region of Brazil. Data collection was carried out in two stages, the first from April 2022 to September 2022 in medical records of 78 patients, and the second between June 2024 and September 2024, with 72 participants, through a questionnaire on knowledge about glycemic control in critically ill patients. Results: The study monitored the glycemic control of the 78 patients who composed the sample for a period of 72 hours (D1, D2 and D3) and in which 994 blood glucose tests were performed. The total average of the glycemic values measured was 127.64 mg/dl; the frequency of glycemic checks every 4h was prescribed in 56.3% of the times; and values below 140 mg/dl in 72.5% of the checks. Hypoglycemia corrections were performed in 46 checks, with four ampoules of 50% hypertonic glucose being used in 26 (56.3%) corrections. Hyperglycemia corrections were performed in 114 checks. Of these, 59 (51.8%) were corrected with two units of regular insulin. Regarding knowledge of glycemic control, the mean time of experience in the ICU was 9.78 years and the median was 5.0 years, with an interquartile range between 3 and 7 years. Regarding specific knowledge questions, the mean was 7.15 correct answers, with a standard deviation of 1.46. Conclusion: Intensive glycemic control was performed with a frequency of glycemic checks every 4 and 6 hours, with a mean glycemia of 127.64 mg/dl, with few corrections being performed in patients in hypoglycemic and hyperglycemic states. Patients were kept at blood glucose levels below the glycemic target established by the Brazilian Diabetes Society of 140-180 mg/dl, favoring the hypoglycemic state of these patients in the first 72 hours of hospitalization in the Intensive Care Unit. Nursing and medical staff professionals have a deficient knowledge regarding glycemic control in critically ill patients, and the length of experience in the ICU and professional training are not related to the level of knowledge. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2025. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/265424 |
Date: | 2025 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
PNFR1382-D.pdf | 1.230Mb |
View/ |