Carga interna de treinamento em praticantes de high intensity funcional training de Florianópolis

Abstract

O presente estudo teve como objetivo analisar o comportamento e a distribuição da carga interna de treinamento, por meio da percepção de esforço em mulheres e homens praticantes de HIFT de Florianópolis, em um período de 8 semanas. Participaram do estudo 27 praticantes recreacionais de HIFT (8 homens e 19 mulheres) com um tempo médio de prática de 31 ± 21,5 meses. Os participantes preencheram todos os dias durante 8 semanas um formulário PRÉ treino, informando seu estado de recuperação indicando um valor de 0 (muito mal recuperado/extremamente cansado) a 10 (muito bem recuperado/ com alta energia), e também um formulário PÓS indicando um valor na escala de percepção de esforço de Borg adaptada por Foster para a sessão completa de HIFT e do WOD separadamente indicando valores de 0 (repouso) a 10 (máximo) como também o tempo total da sessão e o tempo de duração do WOD, realizando o preenchimento também para atividades extras que não fossem as sessões de HIFT. Por meio das informações preenchidas pelos participantes foram calculadas: a carga interna das sessões, a soma da carga interna das semanas, a monotonia e o training strain todas em unidades arbitrárias. As variáveis de recuperação foram também resumidas em médias semanais em unidades arbitrárias. Os resultados mostraram que não houve diferenças nas somas das cargas de treinamento entre homens 1212 ± 530 U.A. e mulheres 932,7 ± 295,8 U.A., sendo a média das sessões de HIFT e extras 284 ± 25 U.A. para os homens e 247 ± 11 U.A. para as mulheres de média durante as 8 semanas. Foram observadas diferenças entre as semanas para homens e mulheres juntos, não houve diferenças entre homens e mulheres e durante as 8 semanas para valores de monotonia e training strain, não houve diferença nos valores de recuperação entre homens e mulheres, porém houve diferenças entre as semanas para homens e mulheres juntos e não houve correlação entre a SCI e a recuperação para homens e mulheres juntos. Nossos resultados mostram que há variação entre as cargas de treinamento durante as semanas em praticantes recreacionais de HIFT, que representam a grande maioria dos praticantes, essa variação evidencia uma oscilação nas cargas de treinamento podendo ser explicadas pela aplicação de mesociclos de acumulação de carga seguidos de microcilos de redução de cargas podendo ser planejados propositalmente para manipulação das variáveis do treinamento ou como resposta a imposição de altas cargas de treinamento. O estado de recuperação avaliado por meio da escala subjetiva de recuperação também mostrou oscilações, corroborando com a oscilação das cargas de treinamento. A utilização do método PSE da sessão assim como a escala de recuperação podem ser ferramentas valiosas para treinadoras e treinadores entenderem as respostas dos seus alunos e atletas ao treinamento de HIFT, levando a otimização da modalidade e a prescrição de exercícios, tornando o programa de treinamento mais seguro e eficiente. São necessárias mais pesquisas com maior número de participantes, com controle de mais variáveis como período do treinamento para melhor entendimento do tema.

Abstract: The present study aimed to analyze the behavior and distribution of internal training load, through the perception of effort in women and men practicing HIFT in Florianópolis, over a period of 8 weeks. Twenty-seven recreational HIFT practitioners (8 men and 19 women) with an average practice time of 31 ± 21.5 months participated in the study. Every day for 8 weeks, the participants completed a PRE-workout form, reporting their recovery status, which fell on a value from 0 (very poorly recovered/extremely tired) to 10 (very well recovered/with high energy), and also a POST-workout form presenting a value on the Borg scale of perceived effort adapted by Foster for the complete HIFT session and the WOD, specifically marking values from 0 (rest) to 10 (maximum), as well as the total time of the session and the duration of the WOD, also completing the form for extra activities that were not HIFT sessions. Through the information filled in by the participants, the following were calculated: the internal load of the sessions, the sum of the internal load of the weeks, the monotony and the training effort in all arbitrary units. The recovery variables were also summarized in weekly averages in arbitrary units. The results demonstrated that there were no differences in the sums of the training loads between men 1212 ± 530 AU and women 932.7 ± 295.8 AU, with the average of the HIFT and extra sessions being 284 ± 25 AU for men and 247 ± 11 AU for women averaged over the 8 weeks. Differences were observed between the weeks for men and women together, there were no differences between men and women and during the 8 weeks for monotony and training tension values, there was no difference in recovery values between men and women, however there were differences between the weeks for men and women together and there was no difference between SCI and recovery for men and women together. The results show that there is variation between training loads during the weeks in recreational HIFT practitioners, who represent the vast majority of practitioners, this variation evidences an oscillation in training loads that can be explained by the application of mesocycles of load accumulation followed by microcycles of load reduction that can be planned purposefully to manipulate training variants or as a response to the imposition of high training loads. The recovery state assessed through the subjective recovery scale also demonstrated oscillations, corroborating the oscillation of training loads. The use of the session RPE method as well as the recovery scale can be valuable tools for coaches and trainers to understand the responses of their students and athletes to HIFT training, leading to the optimization of the modality and the prescription of exercises, making the training program safer and more efficient. Further research with a larger number of participants is permitted, with control of more variables such as training period for a better understanding of the subject.