Title: | Risco de queda: estudos sobre o peso e a leveza |
Author: | Scóz, Flávia Genovez |
Abstract: |
A presente tese desdobra os estudos sobre a queda iniciados durante o mestrado, também em Literatura, e nesta mesma instituição. Desta vez, o artista holandês Bas Jan Ader, performer do cair, antes objeto de estudo, opera apenas como um dos nós de uma rede descentrada. O pressuposto principal deste ensaio é o de que a gravidade é a nossa evidência no mundo, o que não significa dizer que é evidente, isto é, que se dá a ver em nossas práticas diárias. Esta força que, visível ou não, manifesta-se, e que com os estudos da Física recebeu o status de lei universal (e na condição de lei geral deve ser a primeira a ser contestada), não deixa também de ganhar forma ao longo do tempo. Neste sentido, a primeira preocupação deste trabalho é demonstrar como a queda, com suas derivações visuais e etiológicas, atravessa a história da arte e as teorias do conhecimento do Ocidente (Homero, Ovídio, Aristóteles, Dante, Caravaggio, entre outros), assim como não está ausente do imaginário de cosmogonias e epistemologias outras (Kopenawa, Krenak, Mancuso, Coccia, Esposito, Sheldrake). Posto isso, esta tese, embora preserve sua estrutura, não se fixa a um objeto em específico, mas toma como princípio metodológico os conceitos de atlas, série e constelação para perseguir sua hipótese de queda em textos literários (Rulfo, Rosa, Lispector, Brecht, Camus, Beckett, Cena 11) e em gestos artísticos (Ader, Weiwei, Nauman, Pedro Motta, Nino Cais, Kabakov, etc). Ao longo do ensaio, estas imagens literárias ou estes textos visuais estão em diálogo com vasta bibliografia que, de alguma forma, versa sobre a queda e a gravidade (Didi-Huberman, Blanchot, Bachelard, Bataille, Calvino, Sarduy, Nancy, Senges, Mondzain, Flusser, Rancière, Gros, Foucault, Weil, Paxton). Por fim, esta tese também pretende mostrar, em seu desenvolvimento, que queda e levante não são movimentos contrários, mas complementares. A partir daí, o trabalho retoma a ideia de uma comunidade que, mesmo sem meta e sem origem, a-fundada no cair e equilibrada precariamente por sobre o abismo, nunca deixou de sonhar com a utopia coletiva, com o voo, com a insurreição. Abstract: This PhD thesis unfolds the studies on falling that I began during my master's degree, also in Literature, and at this same institution. On that occasion, the Dutch artist Bas Jan Ader, a performer of falling, previously the object of study, operates as just one of the nodes in a decentred network. The principal assumption of this essay is that gravity is our evidence in the world, which does not mean that it is evident, meaning that it can be seen in our daily practices. This force which, whether visible or not, manifests itself, and, which with the studies of physics has been given the status of a universal law (and as a general law, it should be the first to be challenged), also continues to change its contours over time. In this sense, the primary concern of this work is to demonstrate how the fall, with its visual and etymological derivations, has crossed the history of art and theories of knowledge in the West (Homer, Ovid, Aristotle, Dante, Caravaggio, among others), although it is not absent from the imaginary of other cosmogonies and epistemologies (Kopenawa, Krenak, Mancuso, Coccia, Esposito, Sheldrake). That said, this thesis, while preserving its structure, does not fixate on a specific object but appropriates the concepts of atlas, series, and constellation as a methodological principle to pursue its hypothesis of falling into literary texts (Rulfo, Rosa, Lispector, Brecht, Camus, Beckett, Cena 11) and artistic gestures (Ader, Weiwei, Nauman, Pedro Motta, Nino Cais, Kabakov, etc). Throughout the essay, these literary images or visual texts are in dialogue with a vast bibliography that, in some way, addresses falling and gravity (Didi-Huberman, Blanchot, Bachelard, Bataille, Calvino, Sarduy, Nancy, Senges, Mondzain, Flusser, Rancière, Gros, Foucault, Weil, Paxton). Finally, this thesis also aims to show, in its development, that fall and rise are not contrary movements but complementary ones. From there, the work takes up the idea of a community that, even without a goal and without an origin, a- founded in the fall and balanced precariously over the abyss, has never stopped dreamingof collective utopia, of flight and insurrection.Bibliography that, in some way, addresses falling and gravity (Didi-Huberman, Blanchot, Bachelard, Bataille, Calvino, Sarduy, Nancy, Senges, Mondzain, Flusser, Rancière, Gros, Foucault, Weil, Paxton). Finally, this thesis also aims to show, in its development, that fall and rise are not contrary movements, but complementary ones. From there, the work takes up the idea of a community that, even without a goal and without an origin, a-founded in the fall and balanced precariously over the abyss, has never stopped dreaming of collective utopia, of flight, of insurrection. |
Description: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2025. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/264489 |
Date: | 2025 |
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PLIT0975-T.pdf | 42.09Mb |
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