Teorias da referência para termos coligatórios na historiografia

DSpace Repository

A- A A+

Teorias da referência para termos coligatórios na historiografia

Show full item record

Title: Teorias da referência para termos coligatórios na historiografia
Author: Agostini, Emanoela
Abstract: A presente tese tem como objetivo analisar se há uma teoria filosófica da referência que explique satisfatoriamente o processo de referência para os termos coligatórios da historiografia. Para chegar ao problema central foi preciso elaborar uma definição para ?termos coligatórios?. Nessa tarefa contei com o apoio da Filosofia da História desde a primeira utilização da expressão ?coligação? creditada por William Henry Walsh (1978/1951) aWilliam Whewell (1847), filósofo da ciência, até Jouni-Matten Kuukkanen (2015) filósofo da história e pesquisador contemporâneo. Ao final do primeiro capítulo estabeleci os critérios para que uma expressão seja considerada um termo coligatório: ela deve advir de uma coligação que circunscreve um particular; possuir um comportamento semântico semelhante ao de nomes próprios ou descrições definidas; não ser um nome para períodos; ser usada na intenção de fazer referência a algo que está além da narrativa; e desempenhar um papel específico na explicação histórica. Ao longo do primeiro capítulo, a contribuição dos termos coligatórios à explicação histórica foi apontada pelos filósofos da história com frequência. Por essa razão, o segundo capítulo investiu em compreender ao que se deve esse poder explicativo. Inicialmente, apurei se o poder explicativo dos termos coligatórios poderia ser esclarecido pelo fato deles serem os termos teóricos da História. Excluída essa possibilidade, procurei entender a função explicativa dos termos coligatórios em analogia aos modelos na ciência. Foi revelador a semelhança tanto entre as funções dos termos coligatórios e a dos modelos, quanto às características. A plausibilidade dessa aproximação permitiu a pergunta pelo referente dos termos coligatórios, seria ele o modelo? Essa hipótese corresponderia às conclusões dos filósofos da história quando a referência dos termos, já para a maioria, os termos indicam conceitos ou uma entidade narrativa que se confunde à um conceito. Contudo, o que a prática historiográfica revela não está de acordo com essas conclusões. Os historiadores não parecem ter a intenção de indicar conceitos ou entidades linguísticas em suas narrativas. Então, afinal, a que se referem os termos? Como eles se referem? Para entender como esses termos se referem foi indispensável compreender as teorias filosóficas da referência. Tarefa realizada no capítulo 3. Comecei apresentando a teoria indireta proposta Gottlob Frege (1892) com o intuito de entender, sobretudo, o papel que o sentido desempenha na relação de referência. Em seguida, a teoria direta de Saul Kripke (1972) foi apresentada a partir dos seus três componentes: designação rígida, fixação e transmissão da referência. Por fim, a teoria híbrida de Gareth Evans (1982; 1985) foi exposta. Dessa última, destaquei a importância da prática de uso do nome por uma comunidade de falantes, o papel desempenhado pelo dossiê de informações no processo de referência, bem como a função dos produtores dos nomes, entre as, destaco, a possibilidade de fazer defesas semânticas. Por fim, o capítulo 4, responde ao problema de pesquisa. Analisei se elementos das três teorias explicam a referência dos termos coligatórios no que diz respeito ao seu uso mais comum. Em outras palavras, qual das teorias explica a referência dos termos a particulares complexos? Espero ter mostrado que a teoria híbrida de Evans funciona melhor e é mais coerente com a prática historiográfica. Neste mesmo capítulo explorei, de modo secundário, a referência a modelos e como ela funciona. Almejo, com esta pesquisa, oferecer contribuições à Filosofia da História por meio das ferramentas da Filosofia da Linguagem e da Ciência.Abstract: The aim of this thesis is to analyze whether there is a philosophical theory of reference that satisfactorily explains the process of reference for colligatory terms in historiography. To address the central problem, it was necessary to develop a definition for ?colligatory terms.? In this task, I drew support from the Philosophy of History, starting with the first use of the term 'colligation,' attributed by William Henry Walsh (1978/1951) to William Whewell (1847), a philosopher of science, and continuing to Jouni-Matten Kuukkanen (2015), a contemporary philosopher of history and researcher. At the end of the first chapter, I established the criteria for an expression to be considered a colligatory term: it must arise from a colligation that circumscribes a particular; possess a semantic behavior similar to proper names or definite descriptions; not be a name for periods; be used with the intention of referring to something beyond the narrative; and play a specific role in historical explanation. Throughout the first chapter, the contribution of colligatory terms to historical explanation was frequently highlighted by philosophers of history. For this reason, the second chapter focused on understanding the source of this explanatory power. Initially, I investigated whether the explanatory power of colligatory terms could be explained by their being the theoretical terms of History. Excluding this possibility, I sought to understand the explanatory function of colligatory terms in analogy to models in science. It was revealing to note the similarities between the functions of colligatory terms and those of models, as well as their characteristics. The plausibility of this analogy led to the question of the referent of colligatory terms: could it be the model? This hypothesis would correspond to the conclusions of philosophers of history, who generally argue that the terms point to concepts or a narrative entity that merges with a concept. However, what historiographic practice reveals does not align with these conclusions. Historians do not seem to intend to indicate concepts or linguistic entities in their narratives. So, ultimately, what do the terms refer to? How do they refer to? To understand how these terms refer to, it was essential to comprehend philosophical theories of reference. This task was undertaken in chapter 3. I began by presenting the indirect theory proposed by Gottlob Frege (1892), focusing on the role that sense plays in the reference relation. Then, Saul Kripke's (1972) direct theory was introduced, based on its three components: rigid designation, fixation, and transmission of reference. Finally, Gareth Evans' (1982; 1985) hybrid theory was discussed. From this last theory, I highlighted the importance of the practice of using names by a community of speakers, the role played by the information dossier in the reference process, as well as the function of name producers, particularly emphasizing the possibility of making semantic defenses. In the final chapter, chapter 4, I answer the research question. I analyzed whether elements from the three theories explain the reference of colligatory terms with regard to their most common use. In other words, which of the theories explains the reference of the terms to complex particulars? I hope to have shown that Evans? hybrid theory works best and is more consistent with historiographic practice. In this same chapter, I secondarily explored the reference to models and how it works. With this research, I aim to offer contributions to the Philosophy of History through the tools of the Philosophy of Language and Science.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2024.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/263961
Date: 2024


Files in this item

Files Size Format View
PFIL0495-T.pdf 1.058Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar