A rede social significativa de usuários (as) do centro de atenção psicossocial no processo de reabilitação psicossocial

Abstract

Este estudo teve como objetivo analisar a rede social significativa dos usuários atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) na Grande Florianópolis. Ele está vinculado ao Programa de Mestrado Profissional em Saúde Mental e Atenção Psicossocial e foi conduzido nas dependências do CAPS II. Utilizamos um método qualitativo exploratório, empregando entrevistas semiestruturadas. A análise e tratamento dos dados foram realizados por meio da análise de conteúdo na modalidade temática de Lawrence Bardin. O público-alvo desta pesquisa foram pessoas usuárias do CAPS II que frequentam regularmente as atividades propostas no tratamento de saúde mental. Os resultados da pesquisa ressaltaram o papel relevante da rede social significativa no processo de reabilitação psicossocial dos usuários do CAPS II. Embora o estudo tenha demonstrado redes sociais extensas, observou-se uma tendência maior de concentração dessas redes no âmbito familiar e no CAPS, aliada a hábitos de vida voltados ao âmbito doméstico, o que pode dificultar sua autonomia no território. Na rede social dos usuários, foram identificados fatores protetores e de risco nas suas relações sociais, as quais acabam interferindo no seu cuidado. Neste sentido foi identificado que a presença do estigma representa uma barreira significativa para ampliar o cuidado na perspectiva dos serviços comunitários de saúde mental, destacando a importância de investir em ações de conscientização em diferentes setores da sociedade. Essas descobertas têm implicações significativas para promover o cuidado em saúde mental, valorizando a perspectiva da atenção psicossocial em detrimento do viés asilar e fortalecendo o poder de contratualidade desses indivíduos em seu próprio território para alcançar a inclusão social. Em resumo, este estudo destaca a importância das relações sociais no cuidado formal e informal para a promoção da autonomia desses indivíduos em contextos sociais amplos, demonstrando o quanto esses vínculos são vitais para o seu cuidado. Recomenda-se que futuras pesquisas abordem os desafios do cuidado em serviços comunitários de saúde mental diante da complexidade do território.

Abstract: This study aimed to analyze the significant social network of users treated at a Psychosocial Care Center (CAPS II) in Greater Florianópolis. It is linked to the Professional Master's Program in Mental Health and Psychosocial Care and was conducted on the premises of CAPS II. We used an exploratory qualitative method, employing semi-structured interviews. Data analysis and processing were carried out through content analysis in Lawrence Bardin's thematic modality. The target audience for this research were people using CAPS II who regularly attend the activities proposed in mental health treatment. The research results highlighted the relevant role of the significant social network in the psychosocial rehabilitation process of CAPS II users. Although the sample demonstrated extensive social networks, there was a greater tendency for these networks to be concentrated within the family and in the CAPS, combined with lifestyle habits focused on the domestic sphere, which may hinder their autonomy in the territory. In the users' social network, protective and risk factors were identified in their social relationships, which end up interfering with their care. In this sense, it was identified that the presence of stigma represents a significant barrier to expanding care from the perspective of community mental health services, highlighting the importance of investing in awareness-raising actions in different sectors of society. These findings have significant implications for promoting mental health care, valuing the perspective of psychosocial care to the detriment of the asylum bias and strengthening the contractual power of these individuals in their own territory to achieve social inclusion. In summary, this study highlights the importance of social relationships in formal and informal care for promoting the autonomy of these individuals in broad social contexts, demonstrating how vital these bonds are for their care. It is recommended that future research addresses the challenges of care in community mental health services given the complexity of the territory.